Serra diz que Reintegra precisa ser recobrado, mas quem decidirá será Camex
O ministro das Relações Exteriores (MRE), José Serra, afirmou que o Reintegra, programa que tem por objetivo restituir parcial ou integralmente o resíduo tributário remanescente na cadeia de produção de bens exportados e que foi suspenso, precisa ser recobrado. Entretanto, segundo ele, quem decidirá sobre o assunto é a Câmara de Comércio Exterior (Camex), cuja nova secretária-geral será Tatiana Rosito, até então assessora especial do Ministério do Planejamento.
Serra participou nesta segunda-feira, 20, de reuniões com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a pasta assinou um memorando com a entidade para colaboração na área de promoção e inteligência comercial. O presidente da entidade, Paulo Skaf, em coletiva de imprensa, explicou que o acordo significa “a sociedade organizada, governo, buscando união e sinergia em busca de resultados concretos”.
Além disso, conforme Skaf, o presidente do Conselho Superior de Relações Internacionais da Fiesp, o embaixador Rubens Barbosa, será o “elo” com a pasta de Serra no sentido de buscar agilidade de encaminhamento de soluções e problemas. “É uma parceria para estimular e fortalecer os diversos recursos. Nossa opinião sobre comércio exterior é que ele tem que ser global, incluindo os diversos setores da economia, como agronegócio, comércio, serviços, porque senão não fica bom. É importante olharmos os interesses do País”, destacou.
O presidente da Fiesp elogiou Serra, dizendo que o ministro possui “uma carreira política e pública abrangente, que merece todo o respeito, e que é eficiente no que atua e se destaca. “E isso já começou a acontecer como ministro de Relações Exteriores”, disse.
Segundo ele, é importante que o governo resgate a originalidade do Mercosul, no âmbito de mais investimentos e negócios. “É relevante termos uma agenda em relação a problemas com terceiros países. Não é possível gastarmos energia somente conosco mesmo”, falou.
Sobre competitividade, Skaf concordou com Serra de que não adianta avançar em negociações globais, se o Brasil não recuperar a competitividade travada pela conjuntura econômica. “Começou pelo câmbio, que agora teve mudança e está mais favorável às exportações. É fundamental que haja um câmbio equilibrado, que seja positivo para o Brasil, que não roube a competitividade do País. Ao mesmo tempo, precisamos ser competitivos também em infraestrutura, crédito, entre outros”, falou, citando que é muito positivo discutir o assunto na Camex e que, de certa forma, o Brasil está atrativo para investimentos nacionais e estrangeiros, porque está “mais barato”.
Governo interino e impeachment
Skaf ainda comentou que espera que o processo do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff se resolva em agosto. “Pena que não seja possível antes da realização das Olimpíadas, onde dezenas de chefes de Estado estarão por aqui e não seria bom estarmos ainda nessa situação de interinidade. Mas temos que respeitar o tempo”, disse.
Ele ainda disse que, de qualquer forma, “a vida continua”. “Temos que separar a crise política num trilho e no outro trilho andar com a economia. Não podemos deixar que a crise política prejudique a vida de 200 milhões de pessoas”, falou, reiterando que é contra aumento de impostos e que o aumento de arrecadação tem que vir com o crescimento da economia.
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