Sérvia e Macedônia exigem mais ajuda da UE para atenuar crise dos refugiados

  • Por Agencia EFE
  • 27/08/2015 06h59

Viena, 27 ago (EFE).- Sérvia e Macedônia exigiram nesta quinta-feira mais ajudas e um plano integrado da União Europeia (UE) para poder tramitar a crise humana causada pela onda de refugiados que passam por esses países para chegar à Europa Ocidental.

“Isto é um problema da UE, mas exigem de nós um plano de ação. No entanto, antes que isso, a UE mesma deveria ter um plano”, afirmou em entrevista coletiva o ministro das Relações Exteriores sérvio, Ivica Dacic, antes do começo de uma cúpula regional sobre os Bálcãs em Viena.

“A menos que encontremos uma resposta europeia, não deveríamos ter a esperança que isto possa ser resolvido”, acrescentou seu colega macedônio, Nikola Poposki, que destacou que seu país recebe a cada dia 3.000 pessoas que chegam da Grécia, país-membro da UE.

Por outro lado, nem Macedônia nem Sérvia são membros do bloco, embora ambos tenham o status de “países em via de adesão”.

Dezenas de milhares de refugiados das guerras no Oriente Médio, principalmente sírios e iraquianos, além de afegãos, cruzaram os Bálcãs nas últimas semanas em uma tentativa de chegar à Europa Ocidental.

A Hungria, que faz fronteira com a Sérvia, é o primeiro país do Espaço Schengen, de livre circulação comunitária, de onde os refugiados tentam chegar a outros países, principalmente Alemanha e Suécia.

Dacic qualificou hoje a situação atual como a “pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial” e acusou certos países de ter causado os problemas nas zonas de conflito de onde chegam os refugiados.

“É fácil intrometer-se (nos conflitos) e depois deixar os outros pagarem o preço por isso”, disse o ministro sérvio, sem dar mais detalhes a respeito.

Além disso, Dacic lembrou que no passado os asilados chegavam da Sérvia e da Macedônia à Europa Ocidental, mas agora são esses dois países que recebem refugiados que chegam de um país comunitário, concretamente a Grécia.

Seu colega austríaco e anfitrião da cúpula, Sebastian Kurz, qualificou esse fato como “vergonhoso” e acusou as autoridades gregas de transferir deliberadamente os refugiados rumo ao norte da Grécia, de onde partem para Macedônia, Sérvia e Hungria.

“Temos que ser autocríticos, sobretudo se somos nós os que costumamos explicar a vida aos demais. É uma vergonha que um país da UE deixe passar diariamente refugiados a um país não membro da UE”, comentou Kurz.

“Devemos ter uma solução comum, mas cada vez mais países tomarão medidas unilaterais que irão contra a ideia de uma Europa sem fronteiras. E essa ideia está baseada na segurança das fronteiras externas da UE”, concluiu o ministro austríaco.

A Hungria está terminando de construir uma cerca em sua fronteira com a Sérvia, um país candidato para entrar na UE, em uma tentativa de conter a chegada de refugiados, o que parece ter intensificado nos últimos dias a onda migratória. EFE

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