Serviços públicos são afetados por novo dia de greve em Portugal

  • Por Agencia EFE
  • 13/11/2014 16h19
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Antonio Torres do Cerro.

Lisboa, 13 nov (EFE).- Serviços públicos municipais e ferroviários foram afetados nesta quinta-feira por mais um dia de greve, convocada pelo principal sindicato português, que protesta contra os cortes e ajustes incluídos no orçamento de 2015.

A Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP), organizou outro “dia da indignação”, uma ação convocada periodicamente desde o início da crise em protesto contra as medidas do governo conservador.

Participaram da paralisação os serviços da administração local, principalmente das localidades do chamado “cinto vermelho” de Lisboa, fábricas e outras empresas, mas foi o de transportes ferroviários que chamou mais atenção.

Os manifestantes chegaram a provocar um corte na linha ferrenha que liga Lisboa a Porto, as duas principais cidades de Portugal, e as autoridades tiveram que intervir para restaurar o funcionamento.

Também na estação de trem de Santa Apolônia, no centro de Lisboa, foram registradas perturbações por manifestantes da Empresa de Manutenção de Equipamentos Ferroviários, que temem ser despedidos com a privatização da companhia, prevista no orçamento de 2015.

O secretário-geral da CGTP, Armênio Carlos, destacou o resultado desta nova jornada de protesto e avisou que as manifestações continuarão semana que vem, quando está prevista a aprovação definitiva do orçamento geral do Estado para 2015, que inclui medidas de economia pelo quinto ano consecutivo.

O “dia da indignação” coincidiu com uma nova greve no metrô de Lisboa que, ao contrário de ocasiões anteriores, acabou praticamente não tendo impacto.

Já os enfermeiros convocaram para amanhã uma paralisação, em pleno surto de legionela no país, que já deixou cinco pessoas mortas.

Devido à gravidade do surto, o governo solicitou ao Sindicato de Enfermeiros Portugueses que reconsidere esta paralisação, que denuncia a degradação de suas condições trabalhistas.

O líder da CGTP seguiu de perto vários dos protestos e se uniu a uma manifestação na cidade industrial de Almada, governada pelos comunistas.

Neste município os funcionários públicos locais protestaram contra a privatização de serviços e pediram uma carga de trabalho de 35 horas semanais, além de exigir a suspensão dos cortes salariais efetuados nos últimos anos.

Outras manifestações simbólicas também aconteceram hoje, como a realizada pelo Movimento de Usuários dos Serviços Públicos (MUSP), uma organização sem fins lucrativos que defendeu a manutenção dos serviços como saúde, educação, transportes, comunicação e abastecimento de água, entre outros.

O MUSP fez um “buzinaço” nas estradas do município de Sintra, uma dos mais populosos de Portugal, nos arredores de Lisboa.

Entre os setores mobilizados hoje, estava o dos Trabalhadores de Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte, que se manifestou na entrada da principal refinaria de Portugal, a de Sines (180 quilômetros ao sul de Lisboa).

A CGTP, que tem 600 mil filiados, em torno de 10% da população ativa portuguesa, é considerado o maior e mais combativo sindicato do país.

O sindicato tem protestado com frequência contra os cortes nos salários dos funcionários, o alto desemprego (atualmente em torno de 13%) e as reduções nas pensões.

Para 2015, o executivo conservador de Pedro Passos Coelho mantém a linha de austeridade, apesar de ter encerrado o programa do resgate da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) do triênio 2011-2014, com o objetivo de reduzir o déficit de 4,8% para 2,7%. EFE

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