Sete em cada 10 agressões contra deficientes são cometidas pela família
Sete em cada dez agressões contra pessoas com deficiência no Estado de São Paulo são cometidas pela própria família. Entre outubro de 2014 e o mesmo mês deste ano, ocorreram quase 17 mil casos de violência contra deficientes, de acordo com o governo.
Os principais crimes cometidos contra esse público são os de ameaça, lesão corporal, injúria, estelionato e violência doméstica.
A secretária estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, disse que antes do enfrentamento é preciso conhecer o problema.
“Não é fácil você denuciar a violência contra o agressor quando ele está no seio familiar. Muitas vezes a pessoa que cuida. Como é que você vai enfrentar isso? A primeira questão é evidenciar, tirar essas pessoas do esquecimento, da negligência e dizer a elas que você está preparado para aceitar essa queixa, que você está entendendo a necessidade dela. Depois você vai começar um enfrentamento que não é uma tarefa simples. Não é uma tarefa de poucos anos”, explicou.
Nesse sentido, a cidade de São Paulo possui desde maio de 2014 uma delegacia especializada no atendimento às pessoas com deficiência. A delegada Celi Paulino Carlota afirmou que há alcance muito maior de investigação e mesmo casos que não são de polícia também são encaminhados.
“O importante é ir à delegacia e a denúncia. Através do Disque 100 nós vamos investigar o que antes, às vezes, comentava com alguém próximo a ele e não tinha coragem de chegar até à delegacia. Agora com a delegacia, através da denúncia, todos os casos são investigados. Muitas vezes não são casos criminais e sim um problema social, que também são encaminhados”, disse.
A maior parte dos casos de violência do tipo ocorrem com pessoas com dificuldades de locomoção e as vítimas têm de mais de 40 anos. Uma pessoa com deficiência intelectual tem até oito vezes mais chance de sofrer uma agressão de caráter sexual.
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