Setor privado defende diversificar financiamento ao setor agrícola

  • Por Agencia EFE
  • 29/04/2015 18h54
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Ribeirão Preto (Brasil), 29 abr (EFE).- O crédito rural de bancos privados e os consórcios para adquirir maquinaria foram algumas das propostas apresentadas nesta quarta-feira, durante a feira Agrishow 2015, para minimizar os efeitos das turbulências financeiras na agricultura.

O evento está sendo realizado na cidade de Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo. A fabricante americana de equipamentos agrícolas John Deere, gigante do ramo de tratores e colheitadeiras, aposta no consórcio como linha de financiamento menos suscetível às oscilações do mercado e com prazos maiores.

“O consórcio para adquirir equipamento neste momento é cada vez mais uma alternativa interessante para o planejamento, aquisição e formação de patrimônio e para renovar as frotas”, disse o gerente executivo do Consórcio Randon, Augusto Letti, sócia da John Deere.

Esta forma de financiamento por cotas mensais e sorteio -o consórcio-, segundo Letti, deve aumentar pela perspectiva do aumento das taxas de juros da linha de crédito pública, chamada Moderfrota, concedida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“É óbvio que quanto mais caro o financiamento mais atrativo é o consórcio, mas não é apenas isso, e sim um ambiente propício”, explicou Letti durante sua participação na Agrishow.

No setor dos bancos privados o crédito rural também é uma aposta para competir com os públicos, como é o caso do Santander, que na Agrishow ofereceu R$ 800 milhões.

De acordo com o presidente do conselho de administração do banco, Sergio Riall, existe uma “tremenda oportunidade” para o setor financeiro privado para este setor, que tradicionalmente é financiado pelos bancos públicos

Segundo Riall, este é o momento para o aumento do crédito privado para atividade agropecuária, devido ao ajuste fiscal do governo.

“Os bancos públicos brasileiros não vão a conseguir manter o crescimento do país e do setor como um todo. Eles terão que dar prioridade a uma política de financiamento com muito mais rigor e por isso é que acho que os bancos privados terão um papel maior na agropecuária”, avaliou o executivo.

E, por isso, Riall afirmou que é necessária uma atuação “pró-ativa” dos bancos privados em relação ao crédito rural.

“Pró-ativa não no sentido de fazer barulho, mas de vínculos, de construção para um setor que forma 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Não participar deste fluxo sendo um dos maiores bancos internacionais do mundo não faz sentido”, analisou.EFE

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