Setor público precisa se adaptar a novas formas de produção audiovisual, defendem palestrantes

  • Por Agencia Brasil
  • 01/02/2014 21h28

A Empresa Brasil de Communicação (EBC) levou à programação oficial da Campus Party Brasil neste neste sábado (1º) um debate sobre a produção e distribuição do audiovisual no Brasil. O diretor de Programação e Conteúdo da empresa, Ricardo Soares, lembrou o papel que a TV Brasil desempenha no incentivo ao setor:  “A TV Brasil é o canal aberto que mais exibe conteúdo audiovisual brasileiro”, afirmou ao apontar números da emissora. Em 2013, foram exibidas 1.294 horas de conteúdo nacional independente, o que representa 18,6% do total da grade de programação.

Em busca de reunir a perspectiva do poder público e sua atuação para fomento do setor, foram convidados para o painel o Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Mario Borgneth, e representante da recém criada empresa de fomento à produção audiovisual da cidade de São Paulo – a SP Cine -, Renato Nery. A realidade do mercado e as expectativas de profissionais da área foram trazidas à conversa pelo integrante do coletivo Garapa, Rodrigo Marcondes.

“Nunca tivemos tantos recursos para investimento e tanto espaço no mercado interno, seja na televisão, seja na mídia digital”, afirmou Borgneth. O Secretário do Audiovisual garantiu que o Ministério da Cultura está atento às novas linguagens e plataformas, sinalizando o lançamento de editais para a produção de games e webséries: “A necessária atuação que temos de ter com as mídias tradicionais, como cinema e televisão, não pode contaminar a abertura desses novos canais para o contato conosco”, apontou.

Ricardo Nery apresentou a SP Cine como mais um espaço para o fomento a produção, distribuição e exibição de obras audiovisuais da capital paulista e previu o início de suas atividades (em fase pré-operacional) para março deste ano. Entre as inovações a serem trazidas pela SP Cine, Nery citou a criação de um aplicativo que permitirá a produtores pedir autorização para usar espaços da cidade como locação. A ferramenta quer agilizar o processo, reduzindo o tempo de espera de cerca de um mês para cinco dias.

O uso de ferramentas multiplataforma – quando se emprega, em conjunto, internet, livros e filmes, por exemplo – já é realidade para o coletivo Garapa, mas Rodrigo Marcondes, que produz narrativas visuais que integram diversos formatos e linguagens, relatou dificuldades para atuar nesse mercado: “É difícil produzir no Brasil. É preciso manter custos muitos baixos, equipes enxutas e bater em muitas portas para se obter recursos para viabilizar obras”, pontuou.

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Ricardo Soares também falou ao Portal EBC sobre como a EBC pode estimular o audiovisual brasileiro e as estreias da TV Brasil previstas para 2014, como um game show sobre direitos humanos. 

Confira o papo com Ricardo Soares, Diretor de Conteúdo e Programação da EBC

 

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