Seul acredita que Pyongyang já pode equipar ogivas nucleares em mísseis

  • Por Agencia EFE
  • 06/01/2015 09h08
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Seul, 6 jan (EFE).- A Coreia do Sul advertiu que a Coreia do Norte adquiriu um nível tecnológico “significativo” para miniaturizar e equipar ogivas nucleares em seus mísseis, segundo o Livro Branco de Defesa sul-coreano publicado nesta terça-feira.

Em função do terceiro teste nuclear subterrâneo realizado pelo regime de Kim Jong-un, no início de 2013, Seul incluiu pela primeira vez uma análise tecnológica sobre o programa nuclear e de mísseis norte-coreano em seu relatório bienal de defesa.

“A capacidade da Coreia do Norte para miniaturizar armas nucleares aparentemente alcançaram um nível significativo”, afirmou o estudo.

“Acredita-se que a Coreia do Norte possui 40 quilos de plutônio apto para a fabricação de armas mediante o reprocessamento contínuo de barras de combustível gasto (usadas previamente em um reator), e se dá por certo de que está trabalhando em um programa de urânio altamente enriquecido”, acrescentou o relatório.

Embora Pyongyang ainda não tenha demonstrado publicamente esta capacidade de miniaturização, analistas e funcionários da Coreia do Sul e Estados Unidos sustentam que a Coreia do Norte já possui tecnologia para completar o processo.

“Não contamos com dados de inteligência que nos digam que a Coreia do Norte completou com sucesso a miniaturização”, explicou um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano à agência “Yonhap”.

“Mas levando em conta que adquirir tal tecnologia leva geralmente entre dois e sete anos, e que já se passaram oito desde o primeiro teste nuclear norte-coreano, podemos dizer que sua capacidade para conseguir ogivas nucleares menores já teria alcançado um nível significativo”, afirmou.

O Livro Branco ressaltou ainda que os mísseis da Coreia do Norte provavelmente podem alcançar território dos EUA, com base nos cinco testes feitos até o momento (o último em dezembro de 2012) com projéteis de longa distância, que poderiam chegar a 10 mil quilômetros.

No entanto, apesar da força de seu programa de mísseis, Seul não detectou sinais que indiquem que os projéteis tenham sido instalados.

O documento indicou que o exército regular (que não inclui membros na reserva) da Coreia do Norte contava em outubro de 2014 com 1,2 milhão de soldados (10 mil a mais do que há dois anos), número que contrasta com os 630 mil militares das Forças Armadas sul-coreanas.

A Coreia do Sul também considerou que seu vizinho tem agora mais veículos blindados, lança-foguetes e navios de guerra do que há dois anos, e que está desenvolvendo submarinos com capacidade para disparar mísseis balísticos. EFE

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