Seul retoma “guerra psicológica” após suposto ataque norte-coreano com minas

  • Por Agencia EFE
  • 11/08/2015 01h17

Seul, 11 ago (EFE).- A Coreia do Sul retomou nesta terça-feira sua “guerra psicológica” contra o Norte ao reativar os alto-falantes na fronteira que enviam mensagens contra o regime dos Kim, em represália pelas minas que mutilaram dois soldados sul-coreanos supostamente colocadas por Pyongyang.

Trata-se da primeira vez em 11 anos que Seul realiza este tipo de “guerra psicológica”, já que os alto-falantes foram desmantelados em 2004 para melhorar as relações e instalados de novo em 2010, embora até agora não tivessem sido utilizados.

Os potentes alto-falantes instalados junto à linha fronteiriça começaram a enviar ao Norte mensagens diversas, desde propaganda a favor da democracia até notícias internacionais ou denúncias das violações de direitos humanos de Pyongyang, segundo confirmou à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa.

O temor é que agora cresça ainda mais a tensão com a Coreia do Norte, um país que costuma reagir com duras ameaças a este tipo de ação.

O reatamento da guerra psicológica é uma medida de represália depois que dois soldados sul-coreanos perderam suas pernas na explosão de minas enquanto patrulhavam, no último dia 4, o lado sul da fronteiriça Zona Desmilitarizada.

Após uma investigação, Seul concluiu na segunda-feira que as minas foram colocadas por militares da Coreia do Norte que, sem serem vistos, teriam penetrado 440 metros em território sul-coreano entre os dias 26 de julho e 1º de agosto.

O porta-voz da Casa Azul da presidência sul-coreana, Min Kyung-wook, instou hoje a Coreia do Norte a reconhecer seu envolvimento nos fatos e pedir desculpas pelos danos causados, após qualificar o fato como uma provocação e uma violação do pacto de não agressão entre as duas Coreias.

Ambos países assinaram em 1991 o citado pacto, embora desde então tenham ocorrido ataques norte-coreanos contra o Sul, sendo o mais violento o bombardeio à ilha de Yeonpyeong no Mar Amarelo em 2010 que matou dois civis e dois militares.

Seul também acusa Pyongyang de afundar nesse mesmo ano a embarcação “Cheonan”, em um incidente que provocou a morte de 46 militares sul-coreanos, mas o regime comunista nega seu envolvimento.

A última vez que uma patrulha sul-coreana havia topado com minas explosivas norte-coreanas na fronteira foi em meados da década de 1970.

Norte e Sul seguem tecnicamente confrontados desde a Guerra da Coreia (1950-1953), que concluiu com um armistício, nunca substituído por um tratado de paz. EFE

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