Sindicatos espanhóis pedem mudança de política e fim de austeridade

  • Por Agencia EFE
  • 04/05/2014 22h58

Madri, 1 mai (EFE).- Os líderes dos dois principais sindicatos da Espanha, por ocasião das comemoração pelo Dia do Trabalho, pediram nesta quinta-feira ao governo do país que mude sua política econômica e abandone a austeridade.

Em uma manifestação de Primeiro de Maio, os secretários-gerais dos sindicatos Comissões Operárias (CCOO), Ignacio Fernández Toxo, e da União Geral de Trabalhadores (UGT), Cándido Méndez, pronunciaram discursos nos quais classificaram de “propaganda” a recuperação econômica proclamada pelo governo de Mariano Rajoy.

Os dois sindicalistas disseram que não reconhecerão uma recuperação até que o desemprego na Espanha caia, índice atualmente em torno de 26% da população ativa.

Méndez criticou os empresários que falam dos jovens “nem-nem” (nem estudam nem trabalham) e os chamou de “in-im”, “incompetentes e impotentes para apresentar algo de positivo” para a criação de emprego.

Tanto Toxo como Méndez decidiram celebrar o Primeiro de Maio em Bilbao e não em Madri, como é habitual.

Os sindicatos minoritários -USO, CGT e CNT- se somaram à jornada reivindicativa exigindo trabalho digno e denunciando a perda de direitos sociais e trabalhistas “com a desculpa da crise”.

Na capital espanhola, milhares de pessoas participaram da manifestação do Dia do Trabalho.

Após lembrar que o Primeiro de Maio é uma data reivindicativa há 128 anos, o secretário do CCOO para Madri, Jaime Cedrún, dedicou a jornada a todos os trabalhadores que perderam a vida pelo movimento operário e reafirmou seu compromisso com a luta dos trabalhadores.

Em Barcelona, a segunda maior cidade do país, os manifestantes reivindicaram novas políticas econômicas, que permitam reduzir o desemprego, a precariedade laboral e as desigualdades sociais.

Em outras grandes cidades, como Valência, Zaragoza, Palma de Mallorca e Granada, também se pediu uma mudança da política econômica e se rejeitou a austeridade imposta pelo governo para sair da crise.

No âmbito político, o líder da lista do Partido Popular (que faz parte do governo) para as eleições europeias, Miguel Arias Cañete, parabenizou os espanhóis e os europeus por um Primeiro de Maio “com menos desemprego e mais oportunidades”.

Por outro lado, a candidata principal do partido socialista PSOE -a maior legenda da oposição, Elena Valenciano, reivindicou “salários dignos” e iguais entre homens e mulheres. EFE

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