Sinduscon-SP: construção encerrará 2016 com queda de 14,5% no nível de emprego

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/12/2016 13h51
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Arquivo/Agência Brasil Trabalhadores da construção civil na frente de uma edificação inacabada Setor poderia crescer até 6% em 2021 sem os entraves com o encarecimento e a falta de insumos

A quantidade de pessoas empregadas no setor da construção civil no País deve diminuir 14,5% no ano de 2016, de acordo com projeção divulgada nesta quinta-feira, 1º de dezembro, pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com isso, o setor passará pelo segundo ano consecutivo de retração, uma vez que em 2015 houve queda de 10,1%.

Com a queda esperada para 2016, a quantidade de pessoas empregadas no setor voltará ao mesmo patamar de agosto de 2009, quando 2,7 milhões de trabalhadores na construção. “Estamos retrocedendo rapidamente”, avaliou a coordenadora de estudos da construção da FGV, Ana Maria Castelo. Ela observou que nos últimos 12 meses até outubro, o setor cortou 441 mil vagas de trabalho em todo o País.

A queda resultou da deterioração do cenário macroeconômico ao longo do ano, marcado por paralisação de boa parte das obras de infraestrutura e do mercado de imóveis residenciais e comerciais

Para 2017, a previsão é de queda de ao menos 5,0% no número de pessoas empregadas no setor, uma vez que não é esperada uma retomada relevante no volume de obras em andamento. “O emprego vai ter nova queda em 2017. Não será no mesmo patamar que estamos vendo agora, mas ainda reflete menos investimento das empresas”, disse Ana Maria.

“Para ter aumento do emprego precisaria de novas obras, mas o nível de incerteza ainda é alto e faz com que empresas pensem mais antes de investir”, comentou o presidente do Sinduscon-SP, José Romeu Ferraz Neto. Ele explicou que os compradores de imóveis ainda sofrem com os efeitos da queda do emprego e da renda, com receio de fechar a compra de um imóvel. Já no caso do setor de infraestrutura, é necessário que haja avanço no programa de concessões.

A pesquisadora da FGV acrescentou que a previsão de alta de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) da Construção em 2017 considera a redução gradual e lenta da taxa básica de juros, a evolução de obras dentro do Minha Casa Minha Vida e o início de algumas poucas obras de infraestrutura. “A alta de 0,5% no PIB da construção prevista para 2017 não compensa quedas anteriores, mas mostra uma inflexão, o que já seria um dado bastante positivo.”

O PIB setorial terá queda de 5,3% em 2016, o que leva uma baixa acumulada de 13,7% no acumulado de 2014 a 2016, segundo projeções das entidades.

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