Síria classifica de “agressão flagrante” a incursão turca em seu território
Damasco, 22 fev (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da Síria qualificou neste domingo de “agressão flagrante” a intervenção do exército da Turquia no enclave turco que abriga o sarcófago de Suleyman Sah, situado em território sírio, para evacuar os soldados que o protegiam.
Uma fonte desse departamento disse à agência oficial “Sana” que as autoridades turcas tinham informado à Síria de suas intenções, mas que não esperaram sua resposta.
Ancara evacuou os soldados que vigiavam o enclave, a cerca de 37 quilômetros da fronteira turca, e os deslocou, junto com o sarcófago e os restos mortais de Suleyman Sah, a um território a pouca distância da Turquia, mas ainda dentro da Síria.
A Síria advertiu às autoridades turcas que terão que “responsabilizar-se pelas possíveis repercussões desta agressão”.
Damasco também acusou Ancara de apoiar grupos insurgentes que tomaram o controle de várias áreas da Síria.
A incursão turca “foi um ato suspeito que revela a estreita relação do governo turco com as organizações terroristas que operam na região”, disse a fonte.
A mesma fonte especificou que “o movimento da Turquia, que aconteceu na madrugada do domingo, é nada menos que um ato de agressão contra a Síria e desmascara a realidade das intenções turcas e sua relação com os jihadistas do Estado Islâmico”.
Esta operação representa a primeira incursão de tropas turcas em território sírio desde que começou o conflito nesse país há quase quatro anos.
O território onde se encontra o túmulo de Suleyman Sah desde 1975 é uma colina situada a margens do rio Eufrates e ao noroeste da cidade síria de Raqqa, cidade controlada há um ano pelo Estado Islâmico.
Para o deslocamento realizado, a Turquia mobilizou 573 soldados, 39 tanques e 57 blindados em duas operações, uma destinada a evacuar o mausoléu e outra para tomar posse de uma área nova para transferi-lo, segundo as autoridades turcas.
Não é a primeira vez que se movimenta o túmulo de Suleyman Shah, suposto avô do fundador da dinastia otomana, morto em 1236, e que é propriedade turca em virtude de um tratado que a França, como potência administradora da Síria, e o Império Otomano concluíram em 1921. EFE
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