Síria culpa comunidade internacional por atraso em destruição armas químicas

  • Por Agencia EFE
  • 08/02/2014 20h02

Damasco, 8 fev (EFE).- O governo sírio culpou neste sábado a comunidade internacional do atraso na destruição de seu arsenal químico por não emprestar as equipes necessários, no meio da deterioração da segurança, o que considera dificultar ainda mais o processo.

Segundo a agência oficial de notícias Sana, o Ministério sírio de Relações Exteriores enviou duas cartas idênticas à ONU e ao Conselho de Segurança para criticar as pressões internacionais que seu país recebe.

Damasco se comprometeu a entregar suas armas químicas para que sejam destruídas nos prazos estabelecidos com a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).

O regime explicou que atualmente há um atraso das operações devido à deterioração da situação de segurança no país e a escassez de equipes para a embalagem, a carga e o transporte do arsenal.

Por isso, pediu à comunidade internacional que “assuma suas responsabilidades para apresentar a ajuda à Síria com o objetivo de superar estes desafios, que previsivelmente farão atrasar a operação”.

“Síria está fazendo esforços para preparar o transporte de uma grande quantidade de produtos químicos e acelerar seu envio fora do país para completar a operação o mais rápido possível”, afirmou na carta.

O governo acusou os grupos terroristas, como denomina os rebeldes, de ter atacado armazéns de armas químicas e cargas que estavam a caminho do porto de Latakia, no litoral mediterrâneo.

Além disso, insistiu que as equipes técnicos que chegaram à Síria “não estão preparados para funcionar” e que vários países se recusaram a oferecer ajuda à Síria.

Em 6 de fevereiro, a coordenadora da missão da OPAQ, Sigrid Kaag, considerou possível destruir o arsenal sírio nos prazos previstos.

“Achamos que a data limite de 30 de junho ainda pode ser cumprida”, disse a diplomata holandesa após se reunir a portas fechadas com os membros do Conselho de Segurança da ONU.

Kaag, que lembrou que a responsabilidade final recai no governo do presidente Bashar al Assad, fez um pedido para que as autoridades “acelerem” a entrega do resto das armas no porto de Latakia para a posterior destruição.

Segundo o calendário original, todas as substâncias químicas em poder do regime sírio, exceto o isopropanol, deviam ter saído do território sírio o mais tardar na quarta-feira passada para que fossem neutralizadas na primeira metade de 2014. EFE

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