Síria pede “unidade” em luta contra o EI para evitar expansão do terrorismo

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2014 16h04
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Nações Unidas, 29 set (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, pediu nesta segunda-feira na ONU “unidade” na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) e criticou as potências ocidentais por seu apoio e financiamento de grupos terroristas.

“Não chegou a hora de todos admitirmos que o EI, a Frente al Nusra e outros grupos ligados à Al Qaeda não se limitam às fronteiras da Síria e do Iraque e que podem se estender para qualquer lugar, começado pela Europa e os Estados Unidos?”, advertiu Muallem no plenário da Assembleia Geral.

O chefe da diplomacia síria lembrou que seu país já vem fazendo alertas sobre o avanço desses grupos há um ano e criticou os Estados Unidos e seus aliados por continuarem apoiando com “dinheiro, armas e treinamento” grupos que consideram “moderados”.

O grupo Estado Islâmico, disse Muallem, é uma ideologia que se “transformou em uma organização apoiada, armada e treinada para ser um monstro” contra a Síria, o Iraque e o Líbano.

Por isso, o ministro voltou a pedir que “esta ideologia e seus exportadores” sejam contidos, pressionando os países que se uniram à coalizão dos Estados Unidos para que acabem com seu apoio aos grupos armados.

“Vemos de parte do governo americano uma política de dois pesos e duas medidas, ao apoiar alguns grupos que eles denominam moderados com dinheiro, armas e treinamento”. “Mas essa é a verdadeira receita para aumentar a violência e o terrorismo”, denunciou.

O dirigente sírio disse que a única maneira de lutar contra o terrorismo é implementando as resoluções da ONU, “até através de ataques militares”, mas, sobretudo, “impedindo que países armem, apoiem, treinem e financiem” esses grupos.

“A Síria reitera mais uma vez que participará de qualquer esforço internacional para combater o terrorismo, com pleno respeito à população civil, à soberania nacional e em conformidade com as convenções internacionais”, insistiu.

Muallem comemorou o fato de que agora a comunidade internacional está adotando sua posição sobre a necessidade de transformar a luta contra o terrorismo em uma prioridade “e que nada será conquistado” enquanto não houver unidade.

Sobre o conflito em seu país, o ministro disse que seu governo está preparado “e deseja” uma solução política através do diálogo com uma oposição “honorável”, que não responda aos ditados do Ocidente.

“Fomos a Genebra de boa fé, mas convencidos que a única solução para a crise deve ser síria e em território sírio”. “Nos reunimos com uma delegação da oposição que tinha suas raízes em hotéis e capitais ocidentais”, denunciou.

O ministro das Relações Exteriores lembrou que os cidadãos de seu país “já fizeram sua escolha” ao comparecer às urnas nas eleições presidenciais de junho, por isso qualquer diálogo, insistiu, “deve ser fundamentado no respeito à vontade expressada” pelos sírios. EFE

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