Síria tem 11 milhões de pessoas sem água e saneamento
Madri, 2 set (EFE).- A organização “Action Against Hunger” estima que 11 milhões de pessoas sofrem na Síria com “algum tipo de interrupção dos serviços de água e saneamento”, o que propicia o “aumento das doenças” e gera “risco para saúde da população”, advertiu a ONG nesta quarta-feira.
O diretor da equipe de emergência de água, saneamento e higiene da organização, Jesús Baena, explicou à imprensa em Madri que deste total de afetados, os mais vulneráveis são os “5 milhões que estão fora do sistema de água e saneamento”.
Recém-chegado de uma missão humanitária em Damasco, Baena colocou às crianças como a prioridade neste momento, já que no país há aproximadamente 5 milhões de menores afetados pela deficiência de serviços.
“Quando as provisões básicas desaparecem, podemos esperar aumentos das diarreias”, explicou ele, que especificou que são “especialmente perigosas nos menores de cinco anos” porque representam uma “deterioração de sua situação nutricional” e geram “consequências crônicas” em longo prazo.
Baena ressaltou que, antes do início do conflito, a Síria era um país onde o abastecimento de água chegava a praticamente 99% da população com “serviços muito parecidos aos da Europa”.
A atual situação de emergência do país se agrava também pelos “preocupantes” problemas para a entrada de ajuda humanitária, assim como pelas dificuldades no acesso à saúde por “um frágil sistema com hospitais transbordados”, que também tem “impacto na população”.
Por sua vez, o diretor de água e saneamento da instituição, Pablo Alcalde, garantiu que esta realidade está tendo também um impacto nos países vizinhos como Líbano, Turquia e Jordânia, os principais receptores dos mais de 4 milhões de refugiados sírios.
“Um dos aspectos mais dramáticos desta crise em nível psicológico é a falta de esperança, porque do ponto de vista humano não há futuro, seu lugar de retorno não existe porque foi arrasado. Os refugiados estão nos campos e não têm nenhum tipo de perspectiva em curto prazo”, disse ele.
Em relação à crise de refugiados que a Europa vive, Alcade considerou “importante ressaltar a responsabilidade de todos” e de estabelecer foco nas causas que lhes levam à Europa já que “se veem obrigados a deixar suas vidas para se aventurar no Mediterrâneo com os riscos que isso implica”. EFE
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