Sistema presidencialista vence com pequena margem referendo na Turquia
O apoio ao novo sistema presidencialista sugerido pelo mandatário turco, o islamita Recep Tayyip Erdogan, lidera a apuração do referendo realizado neste domingo (16) na Turquia, segundo os primeiros dados parciais. As informações são da Agência EFE.
Com 91,7% das urnas apuradas, o “sim” aparece com 52,2% dos votos, enquanto o “não” alcança 47,8%, segundo os resultados oficiais divulgados pela emissora NTV. A participação popular teria alcançado 85% do censo eleitoral da Turquia.
O “sim” vence em Anatolia e na região do Mar Negro, redutos do governamental Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), enquanto o “não” se impõe em Istambul, na costa do Egeu, no Mediterrâneo e nas áreas em que se concentra a população curda.
À medida que avança a contagem, a vantagem do “sim” está se reduzindo, e passou de mais do 60% para o atual 52,2%.
A Turquia vai decidir, nesta consulta popular, se substitui seu modelo parlamentar por um presidencial com amplos poderes e cujo resultado determinará o modelo político do país e redefinirá suas relações com a União Europeia (UE).
Cerca de 55 milhões turcos foram convocados às urnas e as pesquisas apontavam um resultado apertado, uma vez que as enquetes davam possibilidades de vitória tanto ao “sim” quanto ao “não”.
Erdogan
Após votar em Istambul, o presidente Recep Tayyip Erdogan disse neste domingo que o referendo para instaurar o sistema presidencial é histórico e que a mudança servirá para acelerar o desenvolvimento e definir o futuro do país: “O referendo de hoje não é um qualquer, é um dos mais importantes em nossa História”.
Erdogan, o grande impulsor da reforma, sustentou que o modelo presidencialista vai acelerar o desenvolvimento do país e equiparou a mudança com atingir os objetivos de Mustafa Kemal Atatürk, o fundador da moderna república laica.
“Com esta mudança nosso povo decidirá por um salto em seu desenvolvimento. Temos que fazer uma eleição fora do comum para atingir o objetivo de Mustafa Kemal Atatürk de alcançar as civilizações contemporâneas”, acrescentou.
Já o líder do opositor Partido Republicano do Povo (CHP, social democrata), Kemal Kiliçdaroglu, acreduta em uma vitória do “não”.
“Tivemos uma boa campanha. Estamos votando o destino da Turquia. Estou contente e confio em que tenhamos um bom resultado e então tratemos de solucionar os problemas do país”, disse após votar.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.