Site de transportes é proibido após taxista ser acusado de estupro na Índia

Nova Délhi, 8 dez (EFE).- O Departamento de Transporte de Nova Délhi proibiu nesta segunda-feira a atividade do “www.uber.com”, depois que o motorista de um táxi contratado através desta empresa foi detido acusado de estupro, informou uma fonte oficial.

“Levando em conta a violação -de normas de transporte- e o horrível delito cometido pelo motorista”, todas as atividades desta companhia americana foram proibidas “com efeito imediato”, explicou este Departamento em comunicado.

A empresa foi incluída em uma lista negra que a exclui dos provedores de transporte no denominado território da capital nacional, que inclui Nova Délhi e cidades satélite que somam cerca de 20 milhões de habitantes.

O motorista estava em posse de uma licença de taxista, mas o serviço contratado através deste site “transgredia” a legislação em transportes e a empresa “mal informou” à passageira sobre o serviço que contratava, assegura a nota.

O taxista Shiv Kumar Yadav se encontra detido por ordem judicial acusado do suposto estupro de uma mulher na sexta-feira pela noite, segundo publica o jornal local “Hindustan Times”.

Yadav passou quase dois anos na prisão desde 2011 por estuprar uma mulher que utilizava seus serviços de táxi em Gurgaon, uma cidade satélite de Nova Délhi, embora tenha sido absolvido em 2013 após o tribunal responsável encontrar contradições no testemunho da vítima, afirmaram fontes policiais este meio.

O diretor-executivo da companhia americana, Travis Kalanick, condenou em comunicado este “desprezível delito” e expressou o apoio da empresa à vítima e à sua família “para sua recuperação”.

Kalanick acrescentou que a empresa colaborará com as autoridades para “estabelecer um claro histórico de verificação -dos motoristas-, atualmente ausente nos programas de licenças de transporte comercial” na cidade e sua área metropolitana.

O diretor é um dos fundadores deste serviço de veículos de aluguel e transporte partilhado criado em São Francisco em 2009, que opera em vários países mediante uma aplicação de telefonia celular.

As informações sobre ataques sexuais na Índia aparecem a cada dia nos meios de comunicação, como consequência do forte impacto que teve na sociedade indiana o estupro em grupo e morte de uma estudante universitária em Nova Délhi há dois anos.

Esse estupro gerou múltiplos protestos e abriu um debate sem precedentes sobre a situação da mulher no país, o que levou ao governo a endurecer as leis contra os agressores sexuais. EFE