Situação na Síria piorou nos últimos seis meses, diz representante da ONU

  • Por Rádio ONU/Laura Gelbert
  • 29/08/2014 12h27

Kyung-wha Kang ONU/Loey Felipe Kyung-wha Kang

A secretária-geral assistente da ONU, Kyung-wha Kang, falou nesta quinta-feira ao Conselho de Segurança sobre a Síria. Ela leu uma declaração que destaca a questão humanitária no país. Ela disse que há seis meses que a resolução 2139 foi adotada pressionando os lados do conflito que respeitem leis internacionais para reduzir o sofrimento dos civis.

No entanto, segundo a secretária-geral assistente, a situação das pessoas na Síria piorou. De acordo com organizações de direitos humanos, apenas em julho de 2014 mais de mil civis foram mortos ou feridos.O Escritório da ONU de Direitos Humanos divulgou no dia 22 de agosto uma atualização do número de vítimas do conflito na Síria. Foram reportadas 191,369 mortes entre março de 2011 e abril deste ano. Kang afirmou que este número deve ser ainda maior.

Ela mencionou o uso de bombas de barril pelo governo em áreas residenciais e também ataques de morteiros, bombardeios e explosivos usados por grupos de oposição e extremistas.
Quase um milhão de pessoas em Alepo estão sem água por conta de ataques a infraestrutura essencial. Centros e profissionais de saúde continuam sendo alvos.

A representante da ONU disse ainda que o número de pessoas fugindo da Síria em busca de segurança continua a subir. Quase metade são deslocados internos ou refugiados. Ela mencionou o avanço do grupo Estado Islâmico à região central do país e que continua a cometer “atrocidades horríveis” aos seus opositores. Relatos incluem decapitações, crucificações e tráfico de mulheres.

A secretária-geral assistente disse que houve alguma melhora no acesso humanitário no último mês. Até o momento, a ONU enviou nove carregamentos partindo de países vizinhos.
A remessa inclui assistência alimentar para cerca de 69,5 mil pessoas e itens médicos para cerca de 190 mil pessoas. Outros carregamentos estão previstos para o próximo mês.
Kang afirmou que o Conselho de Segurança “deve fazer tudo o que puder para pôr fim ao conflito e garantir um maior acesso humanitário”.

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