Skinheads agridem frequentadores da Roosevelt na frente da PM e GCM

  • 23/10/2015 18h45
***FOTO EMBARGADA PARA INTERNET-CAPA DO DIÁRIO DE SP*** SÃO PAULO, SP, 09.12.2014: PRAÇAS/SP - A praça Roosevelt que recebeu um espaço maior reservado para prática de skate com rampas, canaletas e corrimãos. Os moradores da praça reclamam que o o barulho produzido pela pratica do esporte ficou mais alto e segue até altas horas da noite. (Foto: Robson Ventura/Folhapress) Robson Ventura/Folhapress Praça Roosevelt

Um grupo formado por aos menos quatro skinheads agrediu e intimidou frequentadores da Praça Roosevelt, na região central de São Paulo, na noite da última quarta-feira, 21. A presença de uma base da Polícia Militar e outra da Guarda Civil Metropolitana (GCM), instaladas uma em cada ponta, não intimidaram o bando, que também tentou invadir um bar. 

De acordo com pessoas que frequentam o local e preferem não se identificar temendo represálias da gangue que desde o início da semana tem rodeado a praça, entre os agredidos está o músico Robério Santana, baixista da banda de rock Camisa de Vênus. O vocalista do grupo, Marcelo Nova, confirmou a agressão e disse que o companheiro “está bem”. 

Ele tinha saído de um bar para comprar cigarros quando foi cercado e espancado pelos skinheads. “As pessoas que estavam o esperando foram atrás dele para ver o que tinha acontecido. Quando chegaram, ele estava todo ensanguentado no chão”, afirmou uma produtora artística. Ela disse que a PM foi acionada pelo telefone 190 e os agentes que ficam circulando pela praça também foram chamados, mas nenhum policial foi até o local. Santana precisou ser internado na Santa Casa de Misericórdia e teve alta ontem.

Além de músicos, a Roosevelt também é frequentada por artistas de teatros da região. Um ator negro e com um corte estilo moicano, também sozinho, foi cercado pelo mesmo grupo de skinheads. De acordo com testemunhas, os membros do grupo cercaram o artista e, de braços cruzados, começaram a intimidar a vítima.

Como conhecidos do ator suspeitaram da atitude do skinhead, um grupo de amigos cercou os carecas e eles fugiram. Na mesma noite o grupo também tentou invadir um bar. A reportagem procurou a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana mas até as 17h25 nenhum dos órgãos respondeu. 

Tatuagem na testa

Um dos carecas tinha a inscrição 77 tatuada na testa. O número é uma referência ao ano de 1977, quando houve uma ruptura entre os estilos de música e comportamento dentro da cultura do punk rock Foi nesse ano que começaram a surgir os grupo do estilo “Oi!” e street punk com que os skinheads das classes proletárias da Europa, principalmente no Reino Unido, mais se identificaram.

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