Sobe para 118 o número de mortos em duplo atentado na Nigéria
Lagos, 21 mai (EFE).- Pelo menos 118 pessoas morreram e várias dezenas ficaram feridas na explosão de dois carros-bomba ontem em um mercado da cidade de Jos, no centro da Nigéria, informou nesta quarta-feira a Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA, sigla em inglês) do país.
“Recuperamos 118 corpos entre os escombros”, disse o coordenador da NEMA na zona centro-norte do país, Abdulsalam Abubakar, através do Twitter.
As explosões aconteceram com um intervalo de 15 minutos de diferença entre elas no conhecido mercado de Terminus, perto da estação de trem de mesmo nome, por volta das 15h locais (12h de Brasília).
Segundo Abubakar, o ataque foi uma “catástrofe” já que aconteceu na hora do rush, quando o mercado estava cheio.
Em um primeiro momento, a polícia informou que pelo menos 46 pessoas tinham morrido e outras 45 tinham sofrido ferimentos, mas o número não foi confirmado pelo governo regional, que garantiu “não ter pressa” para divulgar o número preciso de vítimas do atentado.
“Iniciamos uma investigação sobre o incidente”, disse Olivia Dazyam, porta-voz do governo do estado de Plateau, cuja capital é Jos.
Por sua vez, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, condenou o duplo atentado através de um comunicado e chamou os autores de “cruéis e maus”.
A autoria do ataque não foi reivindicada por nenhum grupo, mas o presidente garantiu que seu governo “segue disposto a vencer a guerra contra o terrorismo”, em referência ao grupo fundamentalista islâmico Boko Haram.
Essa organização, que sequestrou e mantém em cativeiro cerca de 200 meninas há mais de um mês, foi responsável pela morte de mais de 3 mil pessoas em atentados cometidos nos últimos cinco anos no país.
O Boko Haram, que significa em línguas locais “a educação não islâmica é pecado”, luta pela imposição de sua interpretação da “sharia” – a lei islâmica – na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
Com cerca de 170 milhões de habitantes pertencentes a mais de 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais populoso da África, sofre múltiplas tensões por suas diferenças políticas, socioeconômicas, religiosas e territoriais. EFE
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