Sobre extradição, Pizzolato poderá recorrer à Corte Européia de Direitos Humanos, diz Procurador da República

19/08/2005. Brasília. Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, durante depoimento na CPI dos Correios no Senado Henrique Pizzolato

O Ministério da Justiça da Itália vai fincar uma data para a extradição de Henrique Pizzolato, condenado no processo do Mensalão a 12 anos e 7 meses de prisão. O Tribunal Administrativo Regional (TAR) do Lácio, em Roma, negou, nesta quinta-feira (04), um recurso impetrado pela defesa do ex-diretor do Banco do Brasil. Mas, de acordo com o Procurador da República, Vladimir Aras, a defesa ainda pode recorrer.

“Ele recorreu ao Tribunal Administrativo Regional do Lácio, mas em seguida a liminar foi negada. Ainda estamos na etapa intermediária do caso porque ainda há uma possibilidade de julgamento de mérito nesse mesmo tribunal e também a possibilidade de recurso ao Conselho de Estado em Roma”, explicou em entrevista exclusiva para a Rádio Jovem Pan.

O Procurador ainda conta que é possivel que a defesa de Pizzolato pretenda ir à Corte de Direitos Humanos na França, mas alerta que é uma estratégia complexa. “Nós imaginamos que a defesa pretenda ir à Corte Européia de Direitos Humanos. Mas aí é uma estratégia mais complexa porque nem sempre se consegue uma decisão que tenha a possibilidade de interromper o processo tradicional”.

Pizzolato fugiu para a Itália em 2013 depois de ser condenado no julgamento do Mensalão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. A extradição é um pedido da Procuradoria Geral da República e todas as instituições brasileiras que atuam nesse campo de cooperação internacional estão apoiando esse pedido.

“O fato é que nós esperamos êxito nessa etapa final perante à Justiçã Administrativa e que ele seja recambiado ao Brasil para cumprir sua pena de 12 anos e 7 meses de reclusão aqui, no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal”, concluiu.