Sobre para três o número mortos em protestos em Valencia, centro da Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2014 21h43

Caracas, 12 mar (EFE).- Um estudante, um guarda nacional e um morador que pintava a própria casa morreram nesta quarta-feira em Valencia, no estado de Carabobo, na Venezuela em atos de violência ligados aos protestos, informaram diversas fontes.

“Franco-atiradores dispararam contra sua própria gente que estava armando barricadas abaixo, em plena via, e, infelizmente, há um falecido e há vários feridos”, disse o governador de Carabobo, Francisco Ameliach, em declarações ao canal estatal “VTV”.

De acordo com a informação oferecida pelo jornal local “El Carabobeño”, o jovem que morreu era Jesus Acosta, de 23 anos, um estudante do sexto semestre de Engenharia da Universidade de Carabobo que foi atingido por um tiro no peito quando estava na frente da sua casa às 13h30 hora local (14h em Brasília).

O governador disse que os atiradores estavam no terraço de edifícios onde era possível ver uma manifestação de trabalhadores do setor automotivo que pretendiam atacar e que mudaram de rota ao ser alertados “pelos corpos de segurança” da presença de homens armados.

O governador afirmou que, como os trabalhadores não marcharam pelo lugar previsto, “os franco-atiradores dispararam contra sua própria gente”. Ele acrescentou que horas antes, três soldados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) foram feridos por “criminosos” que querem “isolar o principal porto do país”, Puerto Cabello.

“Todos os funcionários da Guarda Nacional estão estáveis e fora de perigo”, esclareceu Ameliach, depois de afirmar um dos prefeitos opositores do estado Carabobo estava no local após os incidentes violentos da região.

“Criminosos terroristas acabam de matar um capitão da GNB em Mañomgo Município Naguanagua”, escreveu o governador em seu Twitter minutos mais tarde.

Há menos de uma hora, Ameliach voltou a se pronunciar na sua página oficial. Ele postou uma foto de um carro da GNB incendiado e escreveu: “Queimaram um veículo da GNB na Av. Bolívar. Isso é terrorismo e tem que ser enfrentado como tal conforme a lei”.

O prefeito de Valencia, o opositor Miguel Cocchiola, informou também através do Twitter da morte de Guillermo Sánchez, de 42 anos, pelo impacto de bala nos fatos violentos da Isabelica, mesma região do estudante Jesus Acosta.

“Guillermo era um humilde valenciano que pintava a frente da sua casa quando uma bala nas mãos da intolerância arrebatou sua vida”, indicou.

O líder da oposição e governador do estado Miranda, Henrique Capriles, lamentou em sua página do Twitter mais uma morte em protestos, e enviou solidariedade aos parentes do estudante Jesus Acosta.

“Outro jovem assassinado em Valencia, quantos mais mortos e feridos, Nicolás? Vocês, no governo, são os grandes responsáveis da paz do país”, escreveu Capriles.

Poucas horas depois postou: “Quantos mais mortos querem no centro do país? Mortos, detidos, feridos, torturados, jamais teremos o país que sonhamos por este caminho!”

Há um mês, a Venezuela está imersa em uma onda de protestos violentos. Já há 20 mortos, centenas de feridos e mais de mil detidos. EFE

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