Somália oferece anistia aos membros da Al Shabab
Mogadíscio, 3 set (EFE).- O governo da Somália ofereceu anistia aos membros da milícia radical islâmica Al Shabab, em meio aos rumores sobre a possível morte de seu líder, Ahmed Abdi Godane, em um ataque perpetrado na terça-feira com drones americanos, informaram nesta quarta-feira fontes governamentais.
A anistia, à qual os terroristas poderão se acolher em um prazo de 45 dias, foi acordada em reunião realizada ontem à noite e que se prolongou até altas horas da madrugada, na qual o governo abordou a segurança no país.
Esta medida governamental tem como objetivo fazer com que os combatentes da Al Shabab, grupo que em fevereiro de 2012 se uniu à rede terrorista Al Qaeda, abandonem a luta armada.
Além disso, as autoridades somalis agradeceram todas as operações que foram realizadas contra a milícia radical islâmica e pediram aos líderes religiosos que se posicionem “nesta guerra contra a mobilização ideológica da Al Shabab”.
Segunda-feira pela noite, uma operação desenvolvida por drones do Exército dos Estados Unidos na Somália contra Al Shabab atacou o lugar onde se encontrava Godane.
“Recebemos com satisfação o ataque contra elementos da Al Shabab. Estamos seguindo os resultados da operação”, disse hoje o ministro de Segurança somali, Khaliif Ereg.
Os EUA confirmaram que o objetivo desta operação era acabar com o líder do Al Shabab e disse que estava tentando confirmar sua morte.
Godane, de 37 anos, é um dos fundadores do Al Shabab e líder do grupo terrorista desde 2008, quando um ataque aéreo americano matou o então comandante, Aden Hashi Ayrow.
Segundo o Pentágono, se finalmente for confirmada a morte de Godane, esta suporia um “duro golpe à organização e sua capacidade de seguir cometendo atentados terroristas”.
Al Shabab, que luta para instaurar um Estado islâmico radical na Somália, foi incluída em março de 2008 na lista de organizações consideradas terroristas pelo governo americano.
A milícia fundamentalista, que alcançou grande notoriedade internacional em setembro de 2013, quando foi atribuída a autoria de um ataque a um centro comercial da capital do Quênia que causou 67 mortes, controla atualmente amplas zonas do sul e o centro do país.
A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem governo efetivo e em mãos de milícias islamitas, tribais e grupos de delinquentes armados. EFE
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