Sonda espacial New Horizons sobrevive à histórica aproximação a Plutão
Washington, 14 jul (EFE).- A sonda americana New Horizons sobreviveu nesta terça-feira (data local) a sua histórica aproximação a Plutão, que não estava isenta de riscos uma vez que nunca se tinha voado tão perto do planeta anão.
“A nave está em bom estado, atravessamos com sucesso o sistema de Plutão e agora estamos de saída”, anunciou a diretora de operações da missão, depois de a Agência Espacial Americana (Nasa) ter colocado fim a uma espera de 22 horas nas quais a nave esteve incomunicável com a Terra para obter dados do planeta-anão.
“Temos a confirmação de uma aproximação bem-sucedida”, anunciou a Nasa após receber um sinal da sonda às 20h55 do horário de Washington (21h55 em Brasília).
A sonda não pode colher dados e enviá-los simultaneamente à Terra. Assim, durante quase um dia, os pesquisadores aguardaram tensos porque existia um risco de o equipamento se chocar com uma rocha no desconhecido sistema de Plutão.
A Nasa estimou que o risco de colisão era mínimo (0,0001%), mas insistia que, afinal, a missão se dirigia ao “desconhecido”. Por isso, nenhum cenário poderia ser descartado.
Agora a sonda, que se desloca a 49.889 km/h e pesa 480 quilos, continua sua viagem pelo Cinturão de Kuiper, cujo descobrimento em 1992 acabaria por provocar o rebaixamento de Plutão da categoria de planeta para planeta-anão.
A Nasa prevê receber amanhã de manhã as fotografias mais próximas de Plutão na história. Porém, todo o material recopilado nessa missão só estará nas mãos da agência em outubro de 2016.
A notícia que a sonda sobreviveu à histórica façanha foi recebida com muita comemoração pelos cientistas do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, em Laurel (Maryland), de onde a missão especial foi dirigida ao longo do período.
O marco científico ocorre após nove anos e meio de viagem – 4.828 milhões de quilômetros percorridos – com o objetivo de desvendar um planeta que é um autêntico enigma para os pesquisadores.
Em janeiro de 2006, quando a “New Horizons” deu início ao longo trajeto, a Nasa destacava que Plutão era o único dos nove planetas do Sistema Solar ao qual nunca uma nave espacial tinha chegado.
Poucos meses depois, em agosto, Plutão foi relegado à categoria de planeta-anão pela União Astronômica Internacional.
A sonda espacial já proporcionou durante sua viagem as imagens mais nítidas e próximas a Plutão disponíveis até agora.
No último dia 4 deste mês, a sonda deu um pequeno susto nos responsáveis pela missão, quando perdeu seu sinal durante pouco mais de uma hora, faltando apenas duas semanas para alcançar a meta.
Graças a essa missão, agora se sabe que Plutão é 80 quilômetros mais largo e tem 2.370 quilômetros a mais de diâmetro do que se pensava.
Dessa forma, Plutão é maior que Eris, uma das centenas de milhares de mini-planetas situados além de Netuno na região denominada Cinturão de Kuiper.
A “New Horizons”, lançada em 19 de janeiro de 2006 na Flórida, leva a bordo as cinzas de Clyde Tomabugh, o astrofísico que em 1930 descobriu o ponto de luz que hoje chamamos de Plutão. EFE
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