SP tem “situação parecida com Nordeste” e umidade amazônica pode ajudar a reverter seca, diz professor da USP

  • Por Jovem Pan
  • 13/10/2014 18h28
SÃO PAULO,SP,13.10.2014:CLIMA-CALOR - Calor na Avenida Pedro Alvares Cabral, região do Parque do Ibirapuera em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (13). Os termômetros chegam a registrar 38°C. (Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress) Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress Termômetros chegaram a registrar 38ºC na Avenida Pedro Álvares Cabral

Augusto José Pereira, meteorologista, professor do Departamento de Ciências Atmosféricas do IAG da Universidade de São Paulo (USP), fala sobre o dia quente por que passou o Estado de São Paulo, as consequências do clima para os reservatórios do Estado, que enfrenta uma crise hídrica, e a expectativa de chuvas e normalização para os próximos dias e meses.

Segundo a estação metereológica da USP, que fica no Parque do Estado, quebrou-se o recorde da temperatura máxima na região metropolitana nesta segunda-feira: 36,7ºC. E a umidade também esteve bastante baixa: cerca de 18% naquela região onde há bastante arborização.

A causa é o aumento da radiação solar típico da primavera, aumentada pela ausência de nuvens. “Isso aumenta a temperatura da superfície, faz com que as pessoas consumam mais água e há mais evaporação do que remanesce ainda nos reservatórios do Cantareira”, analisa Pereira. “É uma situação muito crítica.”

Há uma previsão de chuva leve para o dia 15, na próxima quarta-feira.

Já o prognóstico para o período de outubro, novembro e dezembro é de chuvas próximas ao normal, o que gera um pouco de tranquilidade.

O que se espera é a inversão de umidade da Amazônia sobre a região Sul, em que a umidade amazônica é projetada no Sudeste, trazendo chuvas constantes capazes de reverter o quadro – fenômeno conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul.

Atualmente, “nós estamos vivendo uma situação muito parecida com a que vive o Nordeste regularmente”, explica ainda o professor da USP. “Já deveria ter começado a chover” e “o nível de umidade do solo abaixou muito”, fazendo com que a chuva esperada para outubro não seja suficiente para repor a umidade do chão da região das represas paulistas.

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