Suavizar imagem de Hillary foi um dos desafios do governo de Bill Clinton
Washington, 28 fev (EFE).- Suavizar a imagem de Hillary Clinton foi um dos grandes desafios de assessores e conselheiros da Casa Branca quase desde o primeiro momento em que seu marido, Bill Clinton, chegou à presidência dos Estados Unidos, em 1993, conforme os arquivos secretos sobre seu mandato que se tornaram públicos nesta sexta-feira.
Os documentos mostram a troca de opiniões da equipe de Bill Clinton (1993-2001) que procurava uma maneira de “humanizar”, tanto para a imprensa quanto para o público, a imagem da então primeira-dama.
“Tem que ser real”, aconselhava a consultora de mídia Mandy Grunwald em um memorando, em que considerava que Hillary só era vista em situações muito graves. Ela advertia que a imprensa precisava vê-la de outras formas além de “incomodada ou irritada”.
Os documentos pertencentes aos anos de governo de Clinton, ao todo mais de quatro mil páginas publicadas hoje pelos Arquivos Nacionais, são agora estudados por historiadores, jornalistas e especialistas, além de democratas e republicanos, para tentar encontrar alguma arma à possível candidatura presidencial da ex-secretária de Estado para 2016.
“Que não esteja na defensiva”, escreviam os assessores, “que responda a perguntas irritantes com respostas relaxadas”, acrescentavam. Mandy se referia também à insistência da então primeira-dama em responder somente às perguntas concretas ou de negócios.
A então porta-voz da Casa Branca, Lisa Caputo, encorajou os Clinton a aproveitar o 20º aniversário de casamento como “uma maravilhosa oportunidade para Hillary”. Além disso, sugeriu que empregasse mais tempo fazendo mais eventos na Casa Branca que as anteriores primeiras-damas.
“Pode ajudar a suavizar sua imagem e parecer menos extrema ou diferente aos olhos da mídia”, argumentava Lisa em agosto de 1995, sobre como encarar a estratégia de comunicação tendo em vista à reeleição do presidente.
O memorando pedia que a primeira-dama tivesse uma presença muito maior nos “veículos de comunicação das mulheres” e em programas femininos. A proposta era que Hillary utilizasse a internet porque esta tinha se transformado “em um modo muito popular de comunicação”, e podia gerar uma ponte com as mulheres mais jovens.
“Acho que Hillary poderia se divertir com isto”, escreveu. EFE
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