Sudão do Sul: 200 se afogam em naufrágio de navio durante fuga do país
Juba, 14 jan (EFE).- Pelo menos 200 pessoas morreram afogadas enquanto fugiam em um navio na cidade de Malakal, no Sudão do Sul, por medo dos combates entre forças do governo e rebeldes, informaram testemunhas à Agência Efe nesta terça-feira.
Segundo as fontes, só três crianças sobreviveram ao naufrágio, que aconteceu ontem, e a maioria das vítimas, mulheres e menores, tentavam escapar de Malakal, capital do estado petroleiro de Nilo Alto, no norte do país.
Em entrevista à rádio da ONU no Sudão do Sul, o porta-voz militar, Philip Aguer, confirmou a morte dessas pessoas depois que o navio em que se deslocavam afundou por excesso de carga.
O porta-voz culpou as forças partidárias do ex-vice-presidente sulsudanês Riak Mashar de divulgar mensagens telefônicas que advertiam que a cidade estava sendo atacada.
Aguer lamentou esse “incidente desastroso” e confirmou os duros confrontos entre as forças do governo e os rebeldes em Malakal e na cidade de Bor, capital do estado sulsudanês de Jonglei.
O porta-voz rebelde Lul Ruai Koang disse hoje aos jornalistas em Adis-Abeba, onde estão acontecendo as conversas entre as partes, que os rebeldes tomaram o controle da estratégica cidade de Malakal, fato não confirmado oficialmente por Aguer.
Por outro lados, pelo menos 13 rebeldes, entre eles desertores do exército e seguidores de Mashar, se entregaram, informou o governador de Mam Fulu, no estado de Ecuatoria do Leste, James Abdallah.
Os rebeldes atuaram assim “por medo e pelo interesse na paz e na estabilidade no Sudão do Sul”, disse Abdallah.
A violência no Sudão do Sul explodiu em 15 de dezembro, quando o presidente do país, Salva Kiir, acusou Mashar de uma tentativa de golpe.
Cerca de dez mil pessoas já morreram nos enfrentamentos, segundo dados do Grupo Internacional de Crise (IGG), uma organização internacional não-governamental especializada na análise de conflitos.
Pelo menos 335 mil pessoas abandoram seus lares por causa da violência no Sudão do Sul e 78 mil se refugiaram nos países vizinhos, informou hoje em Genebra o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). EFE
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