Sudão do Sul pode sofrer represálias caso não ocorra acordo de paz

  • Por Agencia EFE
  • 03/03/2015 13h50
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Adis Abeba, 3 mar (EFE).- A Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), o principal mediador do conflito no Sudão do Sul, alertou a ambos os lados que pode adotar represálias caso não ocorra um acordo definitivo antes de quinta-feira para definir os detalhes do governo de unidade.

O presidente do Igad e primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, ameaçou o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e o ex-vicepresidente e líder dos rebeldes, Riek Machar, a aproveitar os dois dias de negociações que começaram nesta terça-feira, em Adis Abeba, para mostrar seu compromisso com a paz.

“Peço aos líderes hoje aqui presentes para que resolvam suas diferenças e sejam valentes para propor compromissos e alternativas em vez de se manter em suas posturas atuais”, declarou.

O presidente do Igad também afirmou que o Conselho de Segurança da ONU considera aprovar uma resolução sobre o Sudão do Sul, o que na sua opinião é um reflexo “da frustração da comunidade internacional” com a intransigência de ambos os líderes.

Kiir e Machar, que negociam há mais de um ano o fim do conflito, começaram hoje as conversas pessoalmente, com a pressão de cumprir o prazo estabelecido na reunião realizada no início de fevereiro, na Tanzânia.

De acordo com o compromisso firmado no mês passado, ambas as partes têm até a próxima quinta-feira para estabelecer pontos importantes do acordo de paz, como a estrutura do governo de Transição e União Nacional, a repartição de poder entre os nuer e os dinka (as dois maiores etnias do país) e a composição do parlamento.

Desde dezembro de 2013, milhares de pessoas morreram e cerca de dois milhões fugiram de suas casas devido a um conflito que começou como uma disputa política entre Kiir e Machar, mas que em pouco tempo se tornou uma guerra civil.

Até agora, ambos os líderes sul-sudaneses realizaram várias reuniões e assinaram acordos de cessar-fogo, mas nenhum foi cumprido. EFE

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