Suécia começa a negociar com Equador na segunda para desbloquear caso Assange

  • Por Agencia EFE
  • 28/08/2015 17h17

Berlim, 28 ago (EFE).- O governo da Suécia começará a negociar na segunda-feira com o Equador para tentar chegar a um acordo de cooperação jurídica que permita desbloquear o caso de Julian Assange, asilado na embaixada equatoriana em Londres e acusado de estupro pela justiça do país escandinavo.

O anúncio foi feito pelo Ministério da Justiça sueco, que inicialmente tinha se recusado a aceitar a fazer um pedido para as autoridades equatorianas para interrogar o fundador da plataforma Wikileaks na embaixada equatoriana em Londres.

O governo sueco disse esperar discutir na segunda-feira com um representante oficial equatoriano o caso Assange na sede do Ministério da Justiça em Estocolmo.

A encarregada do caso no Ministério da Justiça sueco, Cecilia Riddselius, explicou que normalmente o governo não intervém em casos jurídicos particulares, mas pode buscar acordos gerais com outros países.

“Buscaremos um acordo geral que esperamos que seja aplicável ao caso de Assange”, disse Riddselius.

Até agora Estocolmo tinha recusado o pedido do Equador para chegar a um acordo de cooperação judicial que permitiria à promotoria sueca interrogar o fundador do Wikileaks na embaixada em Londres.

O governo britânico se negou o tempo todo a conceder a Assange um salvo-conduto que o permitisse viajar para o Equador e insistiu que, se ele sair da delegação diplomática equatoriana, será detido.

Julian Assange, de 44 anos, completou em 19 de junho três anos como refugiado da embaixada equatoriana em Londres, onde foi acolhido depois do término de um longo processo legal no Reino Unido, que decidiu a favor de sua entrega à Suécia.

Sua intenção é evitar ser extraditado ao país escandinavo, onde é acusado de estupro, mas o processo nunca foi formalmente aberto pois é necessário interrogá-lo primeiro.

A promotoria sueca fechou recentemente uma parte das acusações que pesavam sobre Assange pela prescrição dos crimes de assédio sexual que teria sido cometido em 2010, mas mantém vigente o de violação.

Julian Assange, fundador do Wikileaks, que divulgou em 2010 milhares de documentos comprometedores dos Estados Unidos, considera que seu caso tem motivos políticos e teme, uma vez na Suécia, ser extraditado aos EUA, onde poderia ser condenado até a pena de morte. EFE

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