Suécia se compromete a emprestar caças ao Brasil enquanto entrega os Grippen
Brasília, 27 fev (EFE).- A Suécia se comprometeu a emprestar entre 10 e 12 caças ao Brasil enquanto inicia a entrega dos 36 caças-bombardeiros supersônicos Gripen NG que a Força Aérea Brasileira (FAB) encomendou à empresa sueca Saab.
“Já temos um compromisso da Força Aérea e do Ministério de Defesa da Suécia de proporcionar-nos esse tipo de apoio”, afirmou o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Juniti Saito, durante audiência pública realizada nesta quinta-feira na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
O oficial explicou que, após a desativação dos Mirage 200 que o país utilizava, o empréstimo servirá para garantir a segurança aérea do Brasil entre o primeiro semestre de 2016, quando receberá os aparelhos emprestados, e o momento em que integre à frota os 36 Gripen NG que comprou por US$ 4,5 bilhões.
Os aviões oferecidos em empréstimo são do tipo Gripen CD, um modelo menos moderno que o Gripen NG, e também servirão para que os pilotos brasileiros treinem com os aparelhos que o país começará a receber em 2018.
O comandante da Aeronáutica admitiu que o empréstimo está sendo negociado e que ainda não foi garantido, mas esclareceu que as autoridades suecas já manifestaram seu compromisso.
O Brasil começará a receber seus novos caças no final de 2018, mas as aeronaves serão integradas à frota da FAB apenas em 2019 ou 2020, explicou Saito.
De acordo com o militar, a construção dos aviões no Brasil gerará entre 2 mil e 3 mil empregos diretos e cerca de 22 mil indiretos, principalmente na fábrica que a Saab montará na cidade de São Bernardo do Campo, mas também em empresas locais como a Embraer.
O comandante da Aeronáutica disse que o que mais pesou a favor da Saab foi o compromisso de oferecer os códigos fontes da aeronave, o que permitirá ao Brasil equipar seus Grippen NG com armas procedentes de outros países por meio de desenvolvimento de um software próprio de integração.
Segundo o oficial, a transferência de tecnologia de uma aeronave considerada de “geração 4.6” permitirá à indústria brasileira acessar o conhecimento necessário para o futuro desenvolvimento de caças de quinta geração no país.
“O Grippen não é de quinta geração, mas só quem tem hoje caças de quinta geração voando são os Estados Unidos, com seu F-22 que os radares não pegam. Os americanos não vendem esse caça a ninguém. Os russos estão desenvolvendo uma aeronave de quinta geração, com tecnologia muito avançada, e a China também está pretendendo desenvolver o seu caça”, afirmou. EFE
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