Sunita Selim al Jabouri é eleito presidente do parlamento iraquiano
Bagdá, 15 jul (EFE).- Os deputados iraquianos elegeram nesta terça-feira como presidente do parlamento Selim al Jabouri, da coalizão sunita Forças Iraquianas, o que pôs fim a duas semanas de paralisia política pela fracasso das duas sessões anteriores.
Jabouri, um islamita moderado, alcançou 194 votos dos 273 parlamentares que participaram da votação, muito acima da outra candidata, Shuruq al Abaiyi, da esquerdista Aliança Civil Democrática, segundo os resultados retransmitidos pela televisão oficial.
Abaiyi obteve 19 votos e houve 60 sufrágios nulos, revelou o deputado de maior idade, Mahdi al Hafez, que preside as sessões de forma interina.
Esta é a terceira reunião celebrada pelo parlamento, surgido das eleições legislativas de abril passado e que deverá agora escolher um chefe de Estado, que por sua vez designará um primeiro-ministro.
Após conhecer o nome do novo presidente, os deputados começaram a escolher os dois vice-presidentes.
Para o posto de primeiro vice-presidente apresentaram suas candidaturas os parlamentares Haidar al Ebadi, da xiita Aliança Nacional Iraquiana; Ahmed el Yalabi, apoiado pelo Bloco dos Liberais; e Farez Yeyu, da Aliança Civil Democrática.
Ao início da sessão, juraram seus cargos alguns deputados que ainda não tinham feito e depois foi realizada uma reunião a portas fechadas para a votação.
O presidente em fim de mandato da câmara, o sunita Osama al Nuyaifi, ressaltou no domingo passado que seu grupo Forças Iraquianas estava disposto a votar por Jabouri e pediu às outras formações que apresentem seus aspirantes a vice-presidentes.
Esta coalizão sunita propôs Jabouri como candidato a presidir o parlamento para “solucionar as políticas errôneas e contribuir para a mudança e o progresso no processo político”.
O grupo Forças Iraquianas também rejeitou em sua reunião há dois dias um terceiro mandato do primeiro-ministro interino, o xiita Nouri al-Maliki, que já se apresentou como candidato.
A coalizão de Maliki Estado de Direito foi a mais votada nas eleições legislativas de abril, mas não tem a maioria necessária para formar governo.
A primeira sessão do novo parlamento, em 1 de julho, fracassou por falta de quórum, enquanto a segunda foi adiada por falta de consenso entre as distintas forças políticas.
O Iraque se encontra imerso em uma grave crise devido ao avanço de grupos insurgentes sunitas, que em 10 de junho tomaram o controle de Mossul, a segunda cidade do país, e desde ali progrediram por outras zonas do norte e o centro.
Os jihadistas do EI declararam, além disso, em 29 de junho, um “califado islâmico” que abrange desde a província síria de Aleppo à iraquiana de Diyala. EFE
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