Supremo da Venezuela intima prefeito da oposição por desobediência

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2014 01h03

Caracas, 17 mar (EFE).- O Tribunal Superior de Justiça (TSJ) da Venezuela anunciou nesta segunda-feira a intimação para uma audiência oral e pública do prefeito do município de San Diego, no estado de Carabobo, por supostamente desobedecer a uma decisão que ordenava que ele removesse as barricadas com as quais setores da oposição protestam contra o governo de Nicolás Maduro.

A intimação feita pela Sala Constitucional da instância máxima da Justiça do país também inclui o diretor de polícia do município, para que ambos expliquem o suposto descumprimento de uma resolução ordenando que evitassem a colocação de obstáculos impedindo a circulação nas ruas.

De acordo com uma decisão judicial de 12 de março, o prefeito Vicencio Scarano Spisso, da oposição, e o diretor da polícia municipal, Salvatore Lucchese Scaletta, devem agir imediatamente para remover os obstáculos que foram colocados nas vias do município.

Em segundo lugar, a Sala Constitucional do TSJ ampliou para mais municípios a ordem de proibir as “guarimbas” (barricadas), que se transformaram no principal método dos opositores radicais ao chavismo desde a explosão dos protestos contra o governo há um mês.

À decisão de 12 de março, que ordenava os prefeitos dos municípios caraquenhos de Baruta e El Hatillo a eliminar os obstáculos nas ruas, o TSJ incluiu o município de Chacao, também em Caracas, e as cidades de Maracaibo, no estado de Zulia, San Cristóbal (Táchira) e Lechería, no estado de Anzoátegui, todos governados pela oposição.

“Os prefeitos citados são dos municípios onde supostamente foram cometidos o maior número de incidentes criminosos como homicídios, destruição de órgãos públicos e privados, incêndio de veículos e fechamento de vias, desde que as manifestações violentas começaram”, disse o TSJ.

A Venezuela está imersa em uma onda de protestos em que muitos deles derivaram em incidentes violentos com um saldo de aproximadamente 30 mortes, centenas de feridos e mais de mil detidos.

Desde o dia 12 de fevereiro, quando uma manifestação de estudantes e opositores terminou em violência, os municípios de Caracas governados pela oposição não deixaram de protestar contra o governo com “guarimbas”, panelaços e cartazes.

Em algumas ocasiões, as barricadas deixaram municípios isolados com a interrupção do trânsito nas vias de entrada e de saída dos mesmos.

Os prefeitos dos municípios de Baruta, Gerardo Blyde, e El Hatillo, David Smolansky, disseram na semana passada após conhecerem a decisão judicial que não vão reprimir as reivindicações dos moradores. EFE

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