Supremo italiano nega suspensão da pena ao “chefe dos chefes” da Cosa Nostra

  • Por Agencia EFE
  • 04/04/2014 17h24

Roma, 4 abr (EFE).- A Suprema Corte italiana negou nesta sexta-feira a suspensão da pena ao “chefe dos chefes” da máfia siciliana Cosa Nostra, Bernardo Provenzano, que, apesar de seu precário estado de saúde, permanecerá detido em um ferrenho regime de isolamento na prisão italiana de Parma.

Segundo informaram hoje os meios de comunicação italianos, a decisão do Supremo aconteceu após o recurso interposto pelos advogados do “capo”, Rosalba Di Gregorio e Francesco Marasà, pela decisão do Tribunal de Vigilância Penitenciária de Bolonha, que se negou em agosto a adiar a pena ao mafioso por “grave doença”.

Provenzano, de 81 anos, apresenta graves problemas de saúde até o ponto que, em 2012, entrou em um coma profundo do qual saiu no ano passado.

Atualmente permanece na prisão de Parma, na qual tentou suicidar-se, e, segundo explicaram hoje seus familiares à imprensa local, se alimenta por meio de uma sonda gástrica.

A situação de Provenzano suscitou o debate na Itália entre os que consideram que deve cumprir sua condenação em regime de isolamento e entre os que acreditam que, dado seu precário estado de saúde, a Justiça italiana deve suspender sua pena.

Provenzano, que acumula múltiplas penas, entre elas 20 prisões perpétuas, está preso desde 2006 por coordenar a organização criminosa e por ordenar centenas de assassinatos.

Conhecido como “Zio Binu” e “Tratturi” (Trator, por sua força e determinação para disparar), Provenzano se transformou no “chefe dos chefes” da Cosa Nostra após a detenção de Toto Riina, em 1993.

Foi detido em abril de 2006 em Corleone, na Sicília, em uma pequena casa no meio do campo, onde vivia, a poucos quilômetros da casa onde mora sua família.

Com sua detenção se pôs fim a 43 anos de busca pelo chefe mafioso mais escorregadio, cujo rosto era desconhecido inclusive por seus “soldados” e que era considerado “a mente” da Cosa Nostra siciliana.

Provenzano foi convocado para depor em vários julgamentos que tentam esclarecer a atividade mafiosa durante os anos 90, mas sempre se negou a colaborar em todos. EFE

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