Suspeito de acender rojão diz à polícia que só falará em juízo

  • Por Agencia EFE
  • 12/02/2014 13h02
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Rio de Janeiro, 12 fev (EFE).- O delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão), disse em entrevista coletiva realizada hoje que Caio Silva de Souza, suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade, negou-se a comentar o caso.

“Ele disse que falaria somente em juízo. Não admitiu, nem negou”, explicou o delegado na coletiva realizada na Cidade da Polícia, no bairro do Jacarezinho.

No entanto, em entrevista feita pela TV Globo, Caio admitiu que acendeu o rojão que acertou o cinegrafista durante a manifestação, realizada na quinta-feira passada no centro do Rio de Janeiro contra o aumento das passagens de ônibus no município.

O suspeito afirmou que pensou que o artefato se tratava de um “cabeção de nego” e não de um rojão. Caio disse ainda que jovens são aliciados para participar das manifestações, como afirmara anteriormente seu advogado, Jonas Tadeu, que estava presente no momento em que o rapaz foi preso em Feira de Santana, na Bahia.

Na coletiva da polícia, o delegado Maurício Luciano afirmou também que, segundo depoimentos, Caio era uma pessoa reservada no dia a dia, em casa e no trabalho, mas que se “transforma no meio da multidão”.

O suspeito era considerado foragido desde que a Justiça expediu ontem seu mandado de prisão temporária. Caio foi preso por volta das 2h locais (3h no horário de Brasília) em uma pousada chamada Gonçalves, perto da rodoviária de Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador.

O suspeito estaria fugindo para a casa de um avô, no Ceará, e não reagiu ao ser preso. O delegado que investiga o caso efetuou a prisão. O advogado Jonas Tadeu Nunes também defende o outro envolvido no caso, Fábio Raposo, que teria passado o rojão para Caio.

Segundo o delegado, o jovem preso hoje será indiciado por homicídio doloso e explosão. Jonas Tadeu explicou que convenceu o suspeito a se entregar. Caio pediu desculpas pela “morte de um trabalhador” e o advogado afirmou que seus dois clientes não são black blocs. Segundo ele, Caio é um jovem miserável, de baixo discernimento e idealista.

Jonas Tadeu argumentou que os dois jovens foram aliciados e manipulados, mas não revelou quem faria isso. EFE

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