Suspeitos de atacar Protege prestam depoimento em Itapecerica
Nove suspeitos de terem realizado uma mega tentativa de assalto à sede da empresa de valores Protege, em Santo André, deixaram na manhã desta quinta (18) a sede do Denarc, na região do Bom Retiro, em São Paulo. Algemados de três em três, foram levados em três viaturas que partiu com sirene ligada para o Fórum de Itapececerica da Serra, onde participarão de audiência de custódia, que deve ser realizada em até 24 h após a prisão em flagrante.
A cidade de Itapecerica, próxima à capital paulista, é onde se encontra chácara na qual sete deles foram detidos pelo Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico) ainda na quarta (17), data do ataque que deixou 11 veículos incendiados pelas ruas de São Paulo e Santo André. É em Itapecerica da Serra também que o caso deve ser concentrado.
Apesar das prisões, ainda há diligências e investigações em curso. Pelo menos 25 criminosos participaram da tentativa de assalto. Eles usaram fuzis, metralhadoras, granadas e explosivos. A polícia encontrou um paiol no bairro da Vila Alpina, zona leste, que continha armamentos de grosso calibre, como um fuzil .50, capaz de derrubar helicópteros.
Possivelmente os nove detidos serão, depois de participarem da audiência de custódia, transferidos para o 2º DP, também no Bom Retiro, onde há uma carceragem masculina. Eles deverão esperar abrir uma vaga no CDP (Centro de Detenção Provisória).
A ação
O ataque desta quarta (17) foi a quarta ação em seis meses contra empresas de transporte de valores no Estado. A ação se assemelhou às de Campinas (março), Santos (abril) e Ribeirão Preto (julho), quando foram roubados mais de R$ 130 milhões no total. Os criminosos atacaram em grupo por volta das 3 horas, fecharam ruas de acesso, jogaram pregos para dificultar a chegada da polícia, explodiram muros e paredes, incendiaram veículos e usaram armamento de guerra para espalhar o pânico.
O bairro onde fica a empresa, no ABC paulista, foi fechado pela quadrilha e houve tiroteio com vigilantes e policiais militares, mas nada foi levado, de acordo com a Protege.
PCC
O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Emygdio Machado Neto, admitiu que o Primeiro Comando da Capital (PCC) é investigado por essas operações. “E o caso tem ligação com todos os demais anteriores”, afirmou. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou, em 11 de julho, a facção criminosa é suspeita de usar o dinheiro do tráfico de armas e de drogas para financiar outras ações criminosas. Atualmente, o foco está em roubos às empresas de transporte de valores usando estratégias e armas de guerra.
Depois da reportagem, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) desmentiu, em entrevista coletiva, a suspeita de envolvimento do PCC. Na quarta, Machado Neto não só confirmou a investigação como também disse que integrantes da facção criminosa foram identificados e alguns estão presos desde o início dos ataques, em março.
Com informações da repórter JP Carolina Ercolin e dados complementares de Estadão Conteúdo
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