Suspenso estado de emergência em Baltimore que vigorou após distúrbios

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 15h26
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Washington, 6 mai (EFE).- O governador de Maryland, Larry Hogan, suspendeu nesta quarta-feira o estado de emergência em Baltimore e ordenou a retirada dos três mil soldados da Guarda Nacional e outros mil agentes enviados à cidade para conter os violentos protestos contra a morte de um jovem negro que estava sob custódia policial.

O governador republicano anunciou em comunicado o fim do estado de emergência, declarado na segunda-feira a pedido da prefeitura de Baltimore para lidar com os distúrbios e saques ocorridos após o funeral do jovem Freddie Gray, que morreu em decorrência de uma lesão na espinha que sofreu quando estava sob custódia policial.

“Hoje temos o prazer de anunciar que a cidade e seus moradores podem começar a se reconstruir em um ambiente pacífico e seguro”, disse o governador republicano, ao agradecer os líderes comunitários e religiosos pelo seu esforço para restaurar a calma.

Com o fim do estado de emergência, começa a retirada gradual dos mil policiais estaduais vindos de estados vizinhos, como Pensilvânia ou o Distrito de Columbia e dos três mil agentes da Guarda Nacional, uma força militar de reserva que costuma se mobilizar em catástrofes naturais e situações de desordem pública.

Na nota, o governador anunciou que o estado de Maryland, onde fica Baltimore, investirá US$ 20 milhões de seu fundo de emergência para reparar os danos ocasionados pelos saques, incêndios e distúrbios.

O dia mais violento foi segunda-feira, 27 de abril, após o enterro de Gray, quando cerca de 250 lojas foram vandalizadas, 170 veículos destruídos e várias casas, além de 130 policiais terem ficado feridos enquanto estavam em serviço, detalhou o comunicado.

Este domingo, a prefeitura de Baltimore anunciou a suspensão do toque de recolher, instaurado durante seis dias e que obrigou todos os moradores da cidade a ficarem em suas casas entre as 10 da noite e as 5 da madrugada.

Além disso, a prefeita de Baltimore, Stéphanie Rawlings-Blake, pediu hoje ao Departamento de Justiça que investigue “os padrões e práticas” dos agentes, para verificar se eles usam práticas discriminatórias ou guiam seu comportamento por um padrão de uso excessivo de força.

Os protestos e manifestações em Baltimore adquiriram ao longo da semana um caráter pacífico e se transformaram em celebração na sexta-feira, quando a promotoria do estado de Maryland anunciou o indiciamento de seis agentes pela morte de Gray.

De forma paralela à investigação da promotoria estadual, o Departamento de Justiça abriu uma investigação para checar se os agentes violaram os direitos civis do jovem e se guiaram por preconceitos raciais quando o detiveram e o colocaram em um furgão policial, onde sofreu uma grave lesão de coluna.

Acredita-se que Gray foi submetido à prática conhecida como o “passeio do cowboy”, em que os detidos são transferidos, sem cinto de segurança, na cela metálica do veículo entre freadas fortes e giros bruscos para que se machuquem. EFE

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