Consulta pública abre caminho para municípios brasileiros enfrentarem a crise climática

Ministério das Cidades convoca sociedade e especialistas para ajudar na criação de políticas urbanas mais sustentáveis e resilientes diante dos impactos das mudanças climáticas

  • Por Patrícia Costa
  • 01/10/2024 07h59
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EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Lixo e materiais descartados após a enchente que assolou Porto Alegre por três semanas Com o aquecimento global, eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, se tornarão mais comuns

O Ministério das Cidades abriu uma consulta pública para receber sugestões sobre como preparar melhor as áreas urbanas para enfrentar os desafios do clima. Com mais de 80% da população brasileira vivendo em cidades, os eventos climáticos extremos, como enchentes, deslizamentos e secas, têm se tornado cada vez mais comuns, afetando principalmente as populações vulneráveis que vivem em áreas de risco. Essa iniciativa pode marcar o início de uma política mais robusta e inclusiva no combate às consequências do aquecimento global. Em 2023, desastres naturais resultaram em milhares de desabrigados e prejuízos econômicos bilionários, trazendo à tona a urgência de ações preventivas. A consulta pública não só abre espaço para que a sociedade participe diretamente da construção de soluções, como também representa uma oportunidade para especialistas e gestores públicos contribuírem com propostas que possam ser aplicadas nas cidades de todo o país.

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No entanto, a grande questão é: como essas sugestões podem se transformar em ações práticas? A criação de infraestrutura verde, melhorias no transporte público sustentável e o planejamento urbano focado em áreas mais vulneráveis são algumas das medidas que podem ser priorizadas. Cidades do Rio Grande do Sul já enfrentam as consequências de chuvas intensas, enquanto outras regiões do país lidam com secas prolongadas, o que evidencia a necessidade de políticas climáticas urgentes. A participação da sociedade é um ponto central dessa iniciativa. Mas a efetividade do projeto depende de dois fatores: a real incorporação das propostas e o investimento necessário para implementá-las. De nada adianta abrir um diálogo se as sugestões não forem levadas a sério e não houver orçamento suficiente para transformar essas ideias em ações concretas.

Adaptação às mudanças climáticas é também uma questão econômica. A reconstrução após desastres naturais tem um custo elevado e impacta a economia local de maneira severa. Investir em soluções preventivas, como sistemas de drenagem mais eficientes e o controle de ocupação em áreas de risco, pode ser a chave para evitar catástrofes futuras e, ao mesmo tempo, reduzir os gastos com remediação. Com essa consulta pública, o Ministério das Cidades sinaliza que está atento às necessidades emergentes do país e busca alinhar a gestão urbana com os desafios climáticos do futuro. A esperança é que a sociedade participe ativamente e que o governo traduza essas contribuições em políticas que beneficiem as cidades brasileiras, tornando-as mais sustentáveis, resilientes e preparadas para os impactos inevitáveis das mudanças climáticas.

 

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