Greve de servidores ambientais será decidida em assembleias nesta sexta
Entre as reivindicações, estão recomposição salarial e planos de carreira. Servidores do Ibama e ICMbio estão em “operação tartaruga” desde janeiro
Sem uma eficiente fiscalização do Ibama, a área de degradação ambiental da floresta amazônica aumentou 17 vezes nos primeiros quatro meses deste ano, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em comparação ao mesmo período de 2023. Com a paralisação parcial, houve também um aumento de 81% nos incêndios: foram registrados mais de 17 mil focos, um recorde desde que os dados começaram a ser compilados em 26 anos. Todas essas ações não foram multadas e causam perdas bilionárias em faturamento, de investimentos não realizados e de uma diminuição significativa na arrecadação de tributos e royalties. Além de comprometer a imagens do país que busca liderar a agenda mundial para conter o avanço das mudanças climáticas no planeta. Mais de mil fiscais e chefias do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) entregaram os cargos em protesto pela reestruturação de carreiras. Atualmente, há mais de 4 mil vagas não preenchidas, 25% dos aprovados no último concurso abandonaram o trabalho por baixos salários.
Os servidores ambientais já se reuniram algumas vezes com a Ministra de Meio Ambiente e Mudança no Clima, Marina Silva, mas até agora não houve acordo. O Governo até se propõe a discutir um reajuste, mas os funcionários públicos querem também um plano de carreira e reclamam de descaso. A paralisação total está prevista para o dia 24 de junho. Se em quatro meses, a operação tartaruga já gerou grande impacto ambiental e econômico ao país, imagine se até lá nenhum acordo for feito e a greve for confirmada? A direção nacional dos órgão ambientais já reconheceu publicamente a importância dos servidores ambientais e a necessidade urgente de reestruturação e valorização da carreira. De nada adianta discutir planos como o de combate às mudanças climáticas, se não houver eficiência na execução da lei. Instituições ambientais realmente estruturadas e fortalecidas são primordiais para o funcionamento de políticas públicas no país.
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