Quem polui mais deve pagar mais

Tempertura global subiu 1,68ºC nos últimos 12 meses

  • Por Patrícia Costa
  • 06/06/2024 11h55
FÁBIO VIEIRA/FOTORUA/ESTADÃO CONTEÚDO calor intenso são paulo Temperatura global subiu 1,68ºC

No mês que vem, no Rio de Janeiro, será realizada mais uma reunião do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. Mas já está em discussão a proposta de taxar os super ricos. A proposta será levada pelo ministro Fernando Haddad e conta com o apoio da ministra de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, além de representantes da África do Sul, da Alemanha e da Espanha. Eles defendem que uma taxação global seria uma solução para enfrentar a desigualdade, conter o aquecimento do planeta e os impactos das mudanças climáticas, principalmente à população mais pobre e países de baixa renda, que também são os menos poluidores.

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Os países mais ricos usam seis vezes mais recursos naturais e geram mais poluição. Entre os que mais emitem mais gases do efeito estufa, estão em primeiro lugar a China e depois os Estados Unidos. E, historicamente, eles se desenvolveram muito justamente explorando a natureza, em alguns casos até esgotando, e poluindo a atmosfera. 

efeito estufa

Países mais ricos poluem mais/Jovem Pan

Atualmente até há um Fundo Global de Perdas e Danos, aprovado na COP28, em 2023, que poderia neste momento, ajudar, por exemplo, a reconstruir as cidades afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Os países mais desenvolvidos até se comprometem a ajudar, mas na prática, não há muitas regras e metas estabelecidas, ou seja, não funciona. 

O imposto global de 15% para grandes corporações e de 2% sobre multimilionários poderia render uma receita de cerca de $250 bilhões de dólares. 

 

Combater o aquecimento do planeta deve ser um compromisso de todos, países emergentes ou em desenvolvimento também precisam criar uma nova lógica de crescimento econômico, aliada ao desenvolvimento sustentável. Mas é justo que quem tem mais responsabilidade na poluição e consequentemente mais dinheiro ao explorar recursos naturais ao longo da história, pague mais para resolver esse problema. 

 

Ao presidir o G20 e receber no ano que vem a COP30, no Pará, o Brasil pode avançar e deixar esse legado: recursos financeiros para implementar na prática condições políticas climáticas mundiais para mitigar e conter os avanços das mudanças climáticas. Os prejuízos com eventos extremos afetam pessoas e causam prejuízo de de bilhões.  Até os cientistas mais otimistas já não acreditam que a meta de reduzir o aquecimento até 2030 será cumprida, com tão pouco sendo feito. Nos últimos 12 meses, as temperaturas mundiais se mantiveram elevadas e  bateram recordes e o planeta está 1,68º celsius mais quente. A meta da ONU (Organização das Nações Unidas) é de no máximo 1,5º, acima desse limite, a sobrevivência da população pode estar ameaçada.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.