Quem polui mais deve pagar mais
Tempertura global subiu 1,68ºC nos últimos 12 meses
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No mês que vem, no Rio de Janeiro, será realizada mais uma reunião do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. Mas já está em discussão a proposta de taxar os super ricos. A proposta será levada pelo ministro Fernando Haddad e conta com o apoio da ministra de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, além de representantes da África do Sul, da Alemanha e da Espanha. Eles defendem que uma taxação global seria uma solução para enfrentar a desigualdade, conter o aquecimento do planeta e os impactos das mudanças climáticas, principalmente à população mais pobre e países de baixa renda, que também são os menos poluidores.
Os países mais ricos usam seis vezes mais recursos naturais e geram mais poluição. Entre os que mais emitem mais gases do efeito estufa, estão em primeiro lugar a China e depois os Estados Unidos. E, historicamente, eles se desenvolveram muito justamente explorando a natureza, em alguns casos até esgotando, e poluindo a atmosfera.
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Países mais ricos poluem mais/Jovem Pan
Atualmente até há um Fundo Global de Perdas e Danos, aprovado na COP28, em 2023, que poderia neste momento, ajudar, por exemplo, a reconstruir as cidades afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Os países mais desenvolvidos até se comprometem a ajudar, mas na prática, não há muitas regras e metas estabelecidas, ou seja, não funciona.
O imposto global de 15% para grandes corporações e de 2% sobre multimilionários poderia render uma receita de cerca de $250 bilhões de dólares.
Combater o aquecimento do planeta deve ser um compromisso de todos, países emergentes ou em desenvolvimento também precisam criar uma nova lógica de crescimento econômico, aliada ao desenvolvimento sustentável. Mas é justo que quem tem mais responsabilidade na poluição e consequentemente mais dinheiro ao explorar recursos naturais ao longo da história, pague mais para resolver esse problema.
Ao presidir o G20 e receber no ano que vem a COP30, no Pará, o Brasil pode avançar e deixar esse legado: recursos financeiros para implementar na prática condições políticas climáticas mundiais para mitigar e conter os avanços das mudanças climáticas. Os prejuízos com eventos extremos afetam pessoas e causam prejuízo de de bilhões. Até os cientistas mais otimistas já não acreditam que a meta de reduzir o aquecimento até 2030 será cumprida, com tão pouco sendo feito. Nos últimos 12 meses, as temperaturas mundiais se mantiveram elevadas e bateram recordes e o planeta está 1,68º celsius mais quente. A meta da ONU (Organização das Nações Unidas) é de no máximo 1,5º, acima desse limite, a sobrevivência da população pode estar ameaçada.
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