Suu Kyi pede que instabilidade não seja usada para atrasar eleição em Mianmar
Bangcoc, 20 jun (EFE).- A nobel da paz e opositora birmanesa, Aung San Suu Kyi, pediu neste sábado que a instabilidade política não seja usada como desculpa para atrasar as eleições gerais previstas para ocorrer em novembro em Mianmar.
Suu Kyi, cujo partido ainda não anunciou se participará do pleito, afirmou em reunião com dirigentes da Liga Nacional para a Democracia (LND) em Yangun que o objetivo dos candidatos deve ser servir ao povo e pensar além do dia da votação.
“Farei um alerta ao povo e aos membros do partido: que ninguém freie as eleições alegando que há instabilidade”, afirmou a líder da oposição, segundo o jornal “Irrawaddy”.
Suu Kyi não fez referência explícita aos movimentos nacionalistas liderados por monges budistas que se manifestaram contra a minoria muçulmana, especialmente os rohingyas no oeste do país.
Em seu discurso, a líder opositora também pediu que os candidatos e seus parentes declarem seus bens para garantir a transparência nas próximas eleições gerais.
Mianmar esteve submetida a uma ditatura militar entre 1962 e 2011, quando a última junta passou o poder a um governo civil, presidido pelo general Thein Sein, primeiro-ministro do regime anterior.
Desde que recuperou a liberdade, a nobel da paz pôde voltar a fundar seu partido, viajar ao exterior, e concorrer nas eleições parciais de 2012.
Suu Kyi passou mais de 15 anos em prisão domiciliar – entre 1989 e 2010 – por exigir das autoridades reformas democráticas.
No entanto, a Constituição de 2008, redigida e aprovada pela junta militar, impede que Suu Kyi governe o país e garante aos militares uma quota de cadeiras suficientes no parlamento para frear as reformas que não lhes interessem.
A oposição democrática birmanesa reivindica, sem sucesso, várias emendas constitucionais desde 2011, entre elas o artigo que veta Suu Kyi a concorrer a chefe do Estado por ter sido casada com um estrangeiro.
As eleições legislativas de novembro decidirão os novos representantes dos parlamentos nacional e regionais. Depois, a Câmara Nacional elegerá o chefe de Estado. EFE
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