Tailândia e Camboja combatem rumores que iniciaram êxodo de cambojanos

  • Por Agencia EFE
  • 17/06/2014 12h13
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Bangcoc, 17 jun (EFE).- As autoridades tailandesas e cambojanas decidiram nesta terça-feira trabalhar de maneira conjunta para aplacar os rumores que iniciaram há dias um êxodo de milhares de trabalhadores cambojanos na Tailândia rumo a seu país por medo das represálias da junta militar tailandesa.

Veículos de imprensa cambojanos e organizações locais pró-direitos humanos repercutiram os rumores de que que os militares espancaram e dispararam contra trabalhadores cambojanos ilegais, que teriam obrigado a se deslocar até a fronteira em caminhões lotados de pessoas.

“Os relatórios sobre tiros ou sobre abusos são falsos rumores. Foram tirados fora de contexto. Estamos de acordo em trabalhar junto para esclarecer esses temas”, afirmou em comunicado Eat Sophea, embaixadora do Camboja na Tailândia.

Dirigentes dos dois países reunidos nesta terça-feira em Bangcoc pactuaram estabelecer uma linha direta para tratar o assunto e facilitar o retorno dos trabalhadores que queiram voltar a Tailândia.

“Temos que trabalhar em estreita colaboração para dissipar o medo entre os trabalhadores cambojanos e explicar que não é a política da atual administração reprimir os trabalhadores independentemente de seu status legal”, assinalou a embaixadora.

Mais de 150 mil cambojanos, a grande maioria em situação irregular na Tailândia, cruzaram a fronteira de volta ao Camboja desde que em 22 de maio os militares tailandeses tomaram o controle do país.

Segundo o testemunho de vários afetados, as empresas na Tailândia pediram que os trabalhadores imigrantes ilegais voltassem temporariamente ao Camboja depois que a junta militar anunciou multas de 10 mil bahts (R$ 694) por cada imigrante ilegal empregado e a detenção do trabalhador.

As autoridades tailandesas, por sua vez, negaram os relatórios embora admitam que os imigrantes clandestinos estão abandonando o país por medo de possíveis represálias por parte da junta militar.

Calcula-se que aproximadamente 400 mil cambojanos trabalhem na Tailândia, mais de 30% em situação irregular.

Milhares de imigrantes ilegais, a maioria de Mianmar (antiga Birmânia) e do Camboja, são empregados na Tailândia na construção civil, na agricultura ou no setor pesqueiro e de processados de pescado e marisco, entre outros, onde frequentemente estão expostos a abusos e exploração.

A junta militar da Tailândia foi o único governo que se opôs à aprovação na semana passada em Genebra do novo protocolo vinculativo da Organização Internacional do Trabalho da ONU contra o trabalho forçado. EFE

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