Taiwan rejeita o modelo de “um país, dois sistemas” aplicado em Hong Kong

  • Por Agencia EFE
  • 27/09/2014 07h15
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Taipé, 27 set (EFE).- O presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, expressou sua “firme oposição” ao princípio de “um país, dois sistemas” aplicado pela China em Hong Kong e que o presidente da China Xi Jinping quer utilizar para conseguir a unificação com a ilha, afirmou neste sábado a porta-voz presidencial, Ma Wei-kuo.

Em um encontro ontem com um político taiwanês partidário da união da ilha com a China e pela primeira vez desde sua posse presidencial, Xi retomou a fórmula “um país, dois sistemas”, cunhada pelo então supremo dirigente chinês Deng Xiaoping no início do anos 80.

O presidente da China disse que a unificação pacífica e o princípio de “um país, dois sistemas” deveriam ser as diretrizes básicas para buscar resolver a “questão de Taiwan”, segundo o conteúdo do encontro tornado público pela agência oficial chinesa “Xinhua”.

Em Taiwan nunca foi bem recebida a oferta chinesa de unificação sob o princípio do “um país, dois sistemas”, aplicada em Hong Kong, e o presidente Ma já tinha repetido em várias ocasiões sua oposição a esse princípio.

Ma defende que Taiwan, sob o nome oficial de República da China, é um país soberano e independente, e que nem seu povo nem seu governo aceitam o princípio de “um país, dois sistemas”, ressaltou a porta-voz presidencial.

Inclusive antes de assumir a presidência, em 2005, em reunião com jornalistas, Ma deixou claro que seu partido defenderia a soberania de Taiwan e se oporia ao “um país, dois sistemas”, acrescentou a porta-voz.

“A República da China (nome oficial de Taiwan) é um país soberano e independente, com 103 anos” ressaltou Ma Wei-kuo, que acrescentou que o governo ilhéu “insiste em manter o status atual”, “os princípios de não à unificação, não à independência e não ao uso da força”.

Desde a posse do presidente Ma Ying-jeou, Taiwan aceitou a ambígua fórmula do “Consenso de 1992”, que fala de uma China, mas não a identifica com a República Popular da China, e que na realidade o que defende é a manutenção da atual situação de independência de fato da ilha.

A ascensão meteórica da China, nos últimos anos, representa um forte desafio para Taiwan, que encontra menor apoio internacional e pressões diretas de Pequim para que aceite a unificação.

Em Taiwan não há consenso político sobre sua futura relação com a China e o setor contrário à união com a China é muito numeroso e ativo. EFE

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