Talibãs clamam vitória após o fim da missão da Otan no Afeganistão

  • Por Agencia EFE
  • 29/12/2014 10h48
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Cabul, 29 dez (EFE).- Os talibãs clamaram vitória nesta segunda-feira, após o fim de 13 anos da missão de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão, a Isaf, e a retirada parcial das tropas da Aliança Atlântica e dos Estados Unidos.

“Não fomos derrotados, não assinamos nenhum acordo com os Estados Unidos para a conclusão da guerra, então qual é o sentido dos EUA colocarem fim à guerra? Isto significa que os EUA e seus aliados foram completamente derrotados e estão fugindo do campo de batalha”, assegurou à Agência Efe o porta-voz talibã Zabiula Mujahid.

A missão da Isaf, que começou após a invasão que acabou com o regime talibã em 2001, chega a seu final após a morte de 3.485 soldados, 2.356 deles americanos, um número que o porta-voz talibã elevou ao “dobro” e situou em 20 mil os mortos em suas fileiras.

Ontem, uma cerimônia em Cabul completou a retirada gradual das tropas internacionais e a transferência por fases das competências da segurança aos 350 mil soldados do exército e da polícia afegãos iniciada em 2011.

O final oficial da missão de combate da Isaf será em 31 de dezembro, mas a Otan continuará presente no país com uma missão que começará em 1º de janeiro de 2015.

Para Mujahid, mudar de nome a missão procura “camuflar” sua derrota, como enganar a população de seus países por ter levado à morte milhares de seus soldados e ter “desperdiçado” milhões de dólares.

“Não deixamos nos enganar. Nossa valente nação continuará sua guerra santa até que o último estrangeiro abandone o Afeganistão”, sentenciou o porta-voz talibã, que mostrou seu “pesar” por ter de atentar contra as forças de segurança afegãs, mas assegurou não ter “alternativa”, pois estão contra eles.

A missão da Otan e o Acordo de Segurança assinado entre Afeganistão e Estados Unidos sancionam a presença de 10,8 mil soldados americanos e entre três mil e quatro mil militares da Aliança Atlântica frente ao máximo de 140 mil soldados das tropas estrangeiras em 2011.

O Afeganistão atravessa um dos momentos mais complicados desde a invasão dos Estados Unidos e o final do regime talibã, com um aumento nos últimos meses dos ataques insurgentes e o número de vítimas civis. EFE

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