Taxa SELIC: o que a redução da taxa básica de juros tem a ver com a sua lista do supermercado

  • Por Mariana Grilli/Jovem Pan
  • 20/01/2017 20h28
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Marcelo Camargo/Agência Brasil Supermercados

O Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciou o que se tornou o maior corte de juros dos últimos cinco anos: A redução da taxa básica de juros, chamada Taxa SELIC, passou de 14,25%, em 20 julho de 2016, para 13% em 11 de janeiro de 2017, o que representa redução de 0,75 pontos percentuais em menos de um ano.

Mas, o que significa, de fato, taxa básica de juros? O coordenador do Núcleo Econômico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Renato Conchon, explica: “Ela determina o quanto vai ser direcionado de investimento de recursos para a economia real, do nosso dia-a-dia, ou para o mercado financeiro, e com isso o Governo Federal consegue segurar a inflação”.

A teoria parece ser complexa, mas a prática é bem mais fácil de entender e Renato Conchon exemplifica: “Imagina que uma padaria pegue um empréstimo a 13%, ela vai repassar esse custo, obviamente, no preço do pãozinho comercializado. Quando a taxa SELIC reduz, e a expectativa é de mais redução, existe um espaço para que o dono da padaria consiga reduzir o custo desses produtos”.

Os juros do crédito rural acompanham as oscilações da Taxa SELIC e o Tesouro Nacional diminui a porcentagem de juros que é passado ao produtor do campo. Ou seja, um agricultor não vai pagar os 13% atuais da taxa básica de juros, mas sim 7,5% para a safra 2017/2018. Isso acontece, porque o desempenho da agricultura depende das condições climáticas e o produtor corre mais risco, já que, tendo colheita ou não, precisará arcar com o dinheiro emprestado e com os juros que acompanham este crédito.

Enquanto a safra de 2015/2016 teve juros de 8,75%, a atual safra de 2016/2017 está em 9,5% ao ano. O consultor Ivan Wedekin ressalta que “para a próxima safra, que vai de 1º de junho de 2017 a 31 de julho de 2018, a taxa de juros ao produtor deve ser reduzida em 2 pontos percentuais e isso vai deixar a produção agrícola mais barata, beneficiando os consumidores”.

Coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon enfatiza que os produtores rurais não determinam o preço dos produtos nas gôndolas, mas quanto mais baixo os juros, menor o repasse aos produtos na hora da compra de insumos e mais barato tende a ficar o alimento para o nosso bolso.

Além disso, Ivan Wedekin também destaca que no momento de redução da Taxa SELIC e inflação, o poder de compra do consumidor aumenta e isso faz toda a diferença no momento de fazer a lista do supermercado.

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