Taxistas marcham no México contra o Uber, que responde com viagens de graça

  • Por Agencia EFE
  • 25/05/2015 19h42

Cidade do México, 25 mai (EFE).- Centenas de taxistas da Cidade do México protestam nesta segunda-feira contra o aplicativo Uber perante a falta de resposta das autoridades para lutar contra o que asseguram ser um serviço “ilegal”, enquanto a empresa americana homônima respondeu com viagens de graça durante o dia.

Grupos de taxistas provenientes de diferentes pontos da cidade foram chegando de manhã, tanto a bordo de seus veículos como a pé, ao monumento Ángel de la Independencia, onde a passeata começou com uma hora de atraso.

Os manifestantes, convocados pela associação Taxistas Organizados da Cidade do México (TOCDMX), percorreram a avenida Reforma até o Palácio de Belas Artes, onde foram contidos por policiais para evitar que chegassem ao Zócalo, a principal praça da Cidade do México.

Embora o objetivo fosse denunciar as ações de todos os táxis “ilegais”, os protestos se concentram especialmente contra o Uber, empresa estabelecida em San Francisco que permite, através de uma aplicativo, que particulares ofereçam serviços de transporte sem que seus carros contem com um tipo de licença especial.

A resposta da empresa foi oferecer viagens de graça a seus clientes, sob a justificativa de que hoje “o trânsito vai ficar muito complicado”, segundo disse à agência Efe o diretor de Comunicação para o México e América Central do Uber, Luis de Uriarte.

“Fizemos isto em concordância com aquele que é nosso objetivo: ser uma opção a mais para a mobilidade segura e confiável”, destacou o diretor, reforçando que a empresa se responsabilizará por todas as despesas dos motoristas no dia de hoje.

Enquanto o Uber proclama que na cidade “há espaço para todos” e que não são táxis, mas “uma coisa completamente diferente”, o setor exige que a Secretaria de Mobilidade do Governo da Cidade do México (Semovi) atue e regule a atividade desse tipo de aplicativo.

Um dos integrantes da TOCDMX, Oliver Bastida, declarou à Agência Efe que as autoridades da capital não estão dando ouvidos a suas reivindicações e que já foram realizadas quatro reuniões, nas quais não houve resultados.

“Alguém no governo está ficando rico, porque o Uber é uma empresa muito poderosa, com muitos recursos econômicos”, denunciou um de seus companheiros que preferiu não falar seu nome. O conflito, acrescentou, se transformou em uma luta “desleal de ricos contra pobres”.

Por sua parte, De Uriarte declarou que a empresa está a favor de uma possível regulação, “sempre e quando ponha o cidadão no centro”.

Segundo as estimativas da TOCDMX, a atividade do Uber e serviços similares fazem com que os taxistas percam aproximadamente 10% de suas receitas diárias.

A prefeitura da Cidade do México anunciou a realização, depois das eleições de 7 de junho, de um fórum para escutar todas as vozes das transportadoras e trabalhar em um projeto que beneficie os usuários, por considerar que os atuais protestos estão politizados.

“O objetivo fundamental que a Cidade do México tem hoje é melhorar o serviço de táxi, incluindo todos. Ou seja, não deixar ninguém de fora, mas poder incluir, para que o serviço melhore substancialmente”, afirmou o prefeito Miguel Ángel Mancera em entrevista coletiva. EFE

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