Taxistas mexicanos aumentam pressão sobre Uber e apoiam colegas colombianos
Cidade do México, 29 jul (EFE).- Os taxistas da Cidade do México se manifestaram nesta quarta-feira contra a recente regularização de empresas de serviço privado de transporte de passageiros por meio de aplicativos de telefones celulares e se solidarizaram com seus colegas da Colômbia que lutam contra a legalização dessa prática.
Dezenas de táxis se reuniram no nevrálgico Passeio da Reforma para protestar contra a medida anunciada há cerca de duas semanas pelo governo do Distrito Federal, o primeiro na América Latina a permitir por lei que empresas como Uber e Cabify operem nas ruas de uma cidade da região.
O porta-voz dos Taxistas Organizados da Cidade do México, Ignacio Rodríguez, afirmou à Agência Efe que a nova legislação é um documento “derrubável”, porque “não tem sustento legal”.
“Não há um só artigo da Lei de Mobilidade ou do regulamento de transporte vigente que se estabeleça como fundamento para dito acordo”, argumentou Rodríguez, ao mesmo tempo em que anunciou a intenção de seu grupo de impugnar a medida nos tribunais.
Os manifestantes também pararam em frente à embaixada da Colômbia na capital mexicana em apoio a seus colegas colombianos, que hoje realizam uma greve para protestar contra as plataformas de aplicativos de mobilidade como o Uber.
A passeata aconteceu no marco de uma aliança internacional com taxistas de Brasil, Colômbia, Espanha, França, Estados Unidos e Costa Rica, criada para “combater a prestação de serviços ilegais” no setor, ressaltou Rodríguez.
O protesto aconteceu depois que na terça-feira vários veículos do Uber foram atacados com paus, canos e pedras que danificaram os vidros, para-brisas, carrocerias e pneus quando se encontravam estacionados nas imediações do Aeroporto Internacional da Cidade do México (AICM).
A secretária de Segurança Pública do Distrito Federal, Patricia Mercado, disse nesta quarta-feira à “Radio Fórmula” que as vítimas já interpuseram uma denúncia e esclareceu que “o Uber não está alegando que isto tem a ver com a organização de taxistas”, mas “com uma agressão de moradores”.
Mercado informou que 250 pessoas participaram da agressão contra os veículos, mas não descartou a presença de vários taxistas.
“Nada justifica esta agressão”, acrescentou Mercado, ao lamentar que, apesar da regularização, sigam existindo conflitos que “sejam resolvidos desta maneira”.
No último dia 15 de julho, o governo do Distrito Federal anunciou uma série de regulações, que entrarão em vigor no final deste mês, para registrar empresas de serviço privado de passageiros por meio de aplicativos e plataformas informáticas.
O governo afirmou que falará com o Uber para esclarecer que não estão autorizados a estacionar em um lugar concreto como uma base de táxis do aeroporto, porque isto deve ser regulamentado e inclui o pagamento de uma tarifa.
Por sua parte, a gerente de Comunicação do Uber, Rocío Paniagua, disse nesta quarta-feira à “Radio Fórmula” que a “violência” registrada na terça-feira é “injustificável” e que a companhia esta buscando “algum modelo” para que seus motoristas tenham “um lugar especial” perto do aeroporto a fim de garantir sua segurança.
“O incidente é um ataque gravíssimo à liberdade e ao direito de todos de ganhar a vida de maneira digna”, indicou o Uber em comunicado.
A Agência Efe pôde constatar nesta quarta-feira como, a pouca distância do lugar em que se manifestaram os taxistas no Passeio da Reforma, duas centenas de pessoas faziam fila para registrar-se nos escritórios do Uber e poder começar a trabalhar com seu veículo oferecendo serviço de transporte a outros cidadãos. EFE
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