Temer diz que juro do cartão cairá pela metade

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/12/2016 09h17
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Em mais um esforço para divulgar notícias positivas na área econômica, o presidente Michel Temer confirmou na quinta-feira (22) mudanças no setor de cartão de crédito. Com foco no rotativo do cartão – a modalidade de crédito mais cara no País -, Temer afirmou que os juros vão cair “pela metade” e que será possível parcelar dívidas em condições mais favoráveis em 2017.

A novidade surgiu durante café da manhã de Temer com jornalistas, em Brasília. Mas os detalhes da medida foram surgindo apenas ao longo do dia. Após almoço com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou esperar que as medidas para a área entrem em vigor no fim primeiro trimestre do próximo ano.

“Houve uma conversa do Banco Central com os bancos, mostrando que é necessário o esforço de todos para o Brasil voltar a crescer. Há, sim, o compromisso de todos os agentes envolvidos de que a taxa de juros do rotativo estará pela metade do que é hoje a partir do fim do primeiro trimestre de 2017”, disse o ministro.

Segundo Meirelles, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve decidir, em sua reunião de janeiro, pela limitação do prazo do crédito rotativo em 30 dias. Depois desse prazo, “o saldo poderá ser parcelado em até 24 meses, com taxa de juros menor que a do rotativo”.

Foi a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs) que detalhou a medida, que, ainda está em gestação. Segundo o presidente da entidade, Marcelo Noronha, quando o cliente atrasar o pagamento da fatura, ele cairá normalmente no rotativo do cartão. Após 30 dias, esse crédito migrará automaticamente para a modalidade de parcelado do cartão, que tem taxas de juros mais baixas. Noronha afirmou que o BC definirá a normatização necessária para isso. A ideia é que os bancos tenham 90 dias de prazo (até o fim de março) para se adaptarem ao novo formato do rotativo.

A redução das taxas de juros, conforme Noronha, se dará por questões técnicas. “Na hora que eu aumento o prazo médio da carteira e a capacidade de pagamento usando o rotativo, reduzo o comprometimento do consumidor para patamares muito menores”, disse.

Atualmente, o juro médio do crédito rotativo é de 475,8% ao ano. Isso significa que uma dívida de R$ 1.000 na modalidade, após um mês, passa para R$ 1.157. Em um ano, atinge R$ 5.760. No parcelado do cartão, a taxa é de 156,1% ao ano. Em um mês, a dívida chegaria a R$ 1.081 e, em um ano, a R$ 2.560 – menos da metade do valor do rotativo.

O BC não divulgou detalhes da medida. Via assessoria de imprensa, confirmou que ela está sendo estruturada para ser encaminhada ao CMN, que será responsável por editar resolução para a área. A partir daí, os bancos precisarão se adaptar.

Na última quarta-feira (21) o BC participou de reunião do CMN, mas nenhuma resolução para a área foi tomada. A próxima reunião ordinária está agendada para 26 de janeiro, mas, pelas regras do conselho, nada impede que sejam convocadas reuniões extraordinárias antes disso.

O BC afirmou ainda que a mudança no setor de cartões “possui potencial para redução de riscos e consequente queda das taxas de juros da modalidade crédito rotativo”. Quanto a taxa de juros pode cair, no entanto, não foi informado.

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