Temer vai elevar impostos para cobrir rombo
O presidente em exercício Michel Temer vai recorrer ao aumento de tributos para diminuir o rombo nas contas públicas em 2017. Mesmo assim, a meta de déficit fiscal será superior a R$ 150 bilhões.
Na noite desta quarta-feira (6), após reunião com Temer e a equipe econômica, o senador e relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Wellington Fagundes (PR-MT), informou que a previsão de receitas será elevada com o aumento da Cide (imposto sobre os combustíveis) e recursos com novas concessões e privatizações.
Também estão em análise outros tributos que não dependam do Congresso. Segundo fontes, a elevação da Cide, de R$ 0,10 para R$ 0,60, por exemplo, poderia resultar num reforço de caixa anual de até R$ 15 bilhões.
Sem essas medidas adicionais, o déficit para 2017 poderia chegar a R$ 194 bilhões, informou o presidente da Comissão Mista do Orçamento, o deputado Arthur de Lira (PP-AL).
Fazenda, Planejamento, Banco Central e Receita ainda têm números diferentes e há como “arrefecer” o déficit do ano que vem, explicou Lira, “falamos de impostos, privatizações, concessões, repatriação e da importância também de a PEC do teto dos gastos ser aprovada.”
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou no encontro que o governo já recolheu R$ 8 bilhões na repatriação de recursos.
Segundo fontes, a proposta levada por Meirelles é de uma meta mais próxima de R$ 140 bilhões a R$ 150 bilhões, mas a ala política do governo, incluindo o senador Romero Jucá (PMDB-RR), insistiu num valor mais elevado e girando em torno de R$ 160 bilhões.
O dia de discussões intensas fez, no meio da tarde, o presidente quebrar o protocolo e ir ao gabinete do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para reunião com Meirelles. No ritual do poder, ministros é que vão ao presidente e não o contrário.
Sem superar o impasse, o peemedebista pediu aos ministros da área econômica um número fechado para a meta até o meio-dia desta quinta-feira. Sua intenção é anunciá-la até o fim do dia.
O presidente também encomendou medidas adicionais, principalmente relacionadas ao controle de gastos, “ele não quer que o discurso de aumento de receitas fique focado apenas em impostos”, disse uma fonte. Uma delas é a revisão do auxílio-doença, que foi anunciada, no fim do mês, pelo ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Presidente nomeia nova diretoria do BC
O Palanalto também aprovou, nesta quinta-feira (7), a nomeção de quatro novos diretores do Banco Central (BC) cujas indicações foram aprovadas, nesta semana, pelo Senado Federal.
Os decretos de nomeação estão publicados no Diário Oficial da União (DOU), que também traz a exoneração de Tony Volpon e Aldo Luiz Mendes da diretoria da instituição.
Foram efetivados Reinaldo Le Grazie (Diretoria de Política Monetária), Tiago Couto Berriel (Diretoria de Assuntos Internacionais), Carlos Viana de Carvalho (Diretoria de Política Monetária) e Isaac Sidney Menezes Ferreira (Relacionamento Institucional e Cidadania).
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