Temporal no Rio foi equivalente a 45% do esparado para o mês de março

  • Por Agencia Brasil
  • 13/03/2016 10h24
Agencia Brasil Depois de castigar São Paulo

A chuva registrada na noite de sábado (12), de acordo com o Sistema Alerta Rio, foi 45% do que era esperado para todo o mês de março. As zonas norte, sul e centro foram as áreas mais atingidas. O temporal foi concentrado entre às 19h e às 21h. Nesse intervalo de duas horas, os índices pluviométricos registrados nas estações Alto da Boa Vista: 165,8 milímetros (mm) e Tijuca/Muda 123,2 (mm) foram considerados históricos para a região. Em 60 minutos, choveu na cidade do Rio de Janeiro o equivalente a seis horas do último temporal registrado em algumas cidades da região metropolitana de São Paulo, na última quinta-feira (10).

A prefeitura do Rio montou uma força-tarefa com cerca de 800 funcionários que estão nas ruas nesse domingo trabalhando na limpeza das ruas e avenidas, desobstrução de galerias pluviais, ralos e bueiros, além de vistoria das áreas mais  castigadas pelo temporal. Fazem parte da operação equipes da Secretaria de Conservação, Defesa Civil, Guarda Municipal, Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET Rio).

De acordo com o Sistema Alerta Rio, a chuva forte de ontem foi provocada por um núcleo que se formou sobre o Maciço da Tijuca e ganhou força rapidamente, intensificado pela passagem de uma frente fria no oceano. A área de instabilidade permaneceu estacionada, favorecendo a concentração da tempestade nas zonas sul e norte do Rio. O município ficou em estágio de crise das 20h de sábado às 3h de domingo.

Foi o primeiro acionamento deste estágio desde a criação do novo protocolo, implantado em outubro de 2014. O estágio de crise é o terceiro nível em uma escala de três e significa chuva forte a muito forte, podendo causar alagamentos e deslizamentos. Neste momento, a cidade está em estágio de atençao, o segundo na escala.

Mortos

O Corpo de Bombeiros informou que terminou de madrugada as buscas aos dois mortos no desabamento de uma residência na comunidade Chácara do Céu, na parte alta do Leblon, zona sul do Rio, devido ao temporal que atingiu o Rio de Janeiro.

Um dos mortos na comunidade Chácara do Céu é Luciano Modesto, de 38 anos. O outro homem morto no deslizamento seguiu sem identificação para o Instituto Médico Legal (IML). Os bombeiros do quartel de Irajá retornaram agora pela manhã para  Irajá, na zona norte, onde um homem teria sido arrastado pela correnteza e caiu em um córrego próximo à Avenida dos Italianos.

O Sistema de Alerta e Alarme Comunitário da prefeitura do Rio foi acionado em 40 comunidades da cidade. As sirenes tocaram nas comunidades do Andaraí, Borel, Cachoeirinha, Chácara do Céu, Chacrinha, Cotia, Espírito Santo, Formiga, Jamelão, Julio Otoni, Ladeira dos Tabajaras, Macacos, Matinha, Matriz, Morro do Céu/ Pretos Forros, Nossa Senhora da Guia, Nova Divinéia, Ocidental Fallet, Ouro Preto, Parque João Paulo II, Parque Nova Maracá, Parque Silva Vale, Parque Vila Isabel, Pavão-Pavãozinho, Prazeres, Rocinha, Brício de Moraes, Salgueiro, Santa Alexandrina/ Paula Ramos, Santa Marta, Santos Rodrigues/ Azevedo Lima, São Carlos, São João, Tuiuti/ Telégrafos, Unidos de Santa Tereza, Urubu, Vidigal, Vila Cabuçu/ Barro Preto e Vila Pereira da Silva.

Trânsito

Por medida de segurança, as vias da Praça da Bandeira foram fechadas ao tráfego nos dois sentidos por técnicos da CET-Rio. Os reservatórios da Praça Niterói e da Praça da Bandeira atingiram a capacidade máxima. Após o temporal, o sistema de bombeamento foi acionado para auxiliar a drenagem da água. Uma hora e meia depois da chuva o trânsito já tinha sido liberado.

A prefeitura do Rio informa que, enquanto todas as obras não forem concluídas, o sistema de controle de enchentes da Grande Tijuca não estará operando plenamente. O sistema inclui os reservatórios da Praça da Bandeira e da Praça Niterói (três reservatórios), ambos já em operação; o da Praça Varnhagen, em construção; e as obras de desvio do Rio Joana, em andamento. 

O reservatório da Praça Varnhagen, que armazenará até 43 milhões de litros, será concluído no segundo trimestre de 2016, assim como as obras de desvio do Rio Joana, que terão o maior túnel de drenagem do país, com 2.400 metros, sendo 1.700 metros em rocha e 700 metros em solo.

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