Tensão aumenta entre militares da Crimeia após morte de soldado ucraniano

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2014 20h23
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Simferopol (Ucrânia), 19 mar (EFE).- A tensão nas unidades militares crimeanas aumentou durante esta terça-feira após o ingresso da república na Federação Russa com a morte de um soldado ucraniano durante um tiroteio na capital da Crimeia.

O porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia, Vladislav Selezniov, declarou ao vivo à televisão ucraniana que um suboficial ucraniano morreu por disparos no peito e no pescoço durante o ataque ao centro de cartografia e topografia militar em Simferopol.

Selezniov acusou soldados vestidos com uniformes russos, embora sem distintivo, de ferir outro militar, deter o oficial de maior categoria da unidade e requisitar o dinheiro e os documentos a todos os militares ucranianos.

Enquanto isso, segundo as forças de segurança crimeanas, um dos soldados das milícias de autodefesa morreu e outros dois ficaram feridos no tiroteio que ocorreu nas imediações da unidade no centro de Simferopol.

Como pôde constatar a Agência Efe, a unidade está agora bloqueada por membros das milícias de autodefesa, que impedem o acesso tanto de civis como de jornalistas, que se concentraram na rua adjacente.

Após este incidente, o Ministério da Defesa ucraniano autorizou o uso de armas a seus soldados, que segundo fontes russas superavam ao princípio da crise os 22 mil.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, assegurou após a assinatura da integração da Crimeia e Sebastopol na Federação Russa, que os militares ucranianos destacados na península têm apenas duas opções.

“Devem escolher. Podem somar-se aos soldados da Crimeia que se integrarão no exército russo ou, se assim desejam, abandonar o território da Crimeia”, declarou.

Peskov assegurou também que a Rússia tem conhecimento que na península se preparam provocações por parte de Kiev, denuncia que foi confirmada pelas autoridades crimeanas.

A esse respeito, o primeiro presidente da Ucrânia independente, Leonid Kravchuk, manifestou em um programa de televisão que os militares ucranianos devem ser recuados, já que Crimeia está agora sob o controle de Moscou.

O presidente russo, Vladimir Putin, tinha elogiado hoje os soldados ucranianos por manter a calma e não recorrer à força durante a crise, na qual até hoje não tinha morrido nem uma só pessoa. EFE

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