Termina sem acordo a reunião de ministros sobre repartição de refugiados
Bruxelas, 14 set (EFE).- Os ministros de Interior da União Europeia (UE) não alcançaram nesta segunda-feira um acordo sobre a repartição de 120.000 refugiados chegados à Hungria, Grécia e Itália, razão pela qual só se publicará uma declaração da presidência rotativa luxemburguesa e se atrasará a decisão para o dia 8 de outubro, informaram fontes europeias.
O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, explicou ao término do encontro que um dos problemas que impediu o acordo é que havia uma série de países que tinham problemas com o caráter obrigatório do mecanismo de repartição.
Fontes da UE indicaram que os que se opuseram foram República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria e Letônia, e apontaram que o anúncio por parte da França e Alemanha de um acordo político antes do fim da reunião não ajudou a conciliar as posições dos países.
Fernández Díaz descartou que o fracasso de hoje vá impulsionar a convocação de uma cúpula extraordinária de chefes de Estado e de governo da UE, e disse que se voltará à questão na reunião do próximo dia 8 de outubro em Luxemburgo.
O ministro do Interior de Luxemburgo, Jean Asselborn, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE, disse ao término do Conselho que “às vezes estas reuniões acabam com conclusões dos países e outras da presidência, e neste caso se trata de conclusões da presidência”.
Asselborn disse que “embora estejamos em uma situação de urgência é preciso seguir os procedimentos e consultar o parlamento” em referência ao processo de aprovação da repartição dos 120.000 refugiados.
Além disso, lembrou que em paralelo os ministros aprovaram formalmente seu acordo de julho para a realocação de 40.000 pessoas nos próximos dois anos, e acrescentou que a medida poderá entrar em vigor amanhã.
Também explicou que se avançará na elaboração de uma lista de países de origem seguros, na qual por enquanto não estará incluída a Turquia, como tinha proposto a Comissão.
Por fim, Asselborn declarou que os ministros decidiram aumentar a assistência financeira à Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) para ajudar a tramitar os campos de refugiados “da maneira mais humanamente aceitável”.
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, António Guterres, que assistiu ao conselho extraordinário de ministros de Interior da UE, declarou que a situação nos acampamentos é dramática e que a Acnur está ficando sem recursos, segundo o ministro luxemburguês.
Este também destacou que a Noruega se ofereceu para organizar uma conferência de doadores em favor dos refugiados sírios e em apoio a Acnur. EFE
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